Reflexão do Evangelho de segunda-feira 03 de outubro
Reflexão do
Evangelho de segunda-feira 03 de outubro
Lc 10,25-37 - Parábola
do bom samaritano
Em sua decisão soberana e irredutível, Deus ama o seu povo e deseja
que nele se realize a sua vontade, manifestada na Aliança. Embora os escritos
rabínicos não relacionem diretamente o amor fraterno, presente na Lei mosaica, com
o amor devido a Deus, Jesus, ao contrário, evita toda possível ilusão de julgar
que se possa amar verdadeiramente seu semelhante, sem amar a Deus. A afirmação
de S. João de que “Deus é amor” não é um conceito abstrato, mas explicita o
amor da Aliança, que conduz o discípulo à experiência de Deus como intimidade,
e, portanto, como fonte de ternura e de solidariedade cristã.
E eis que um Israelita, doutor da Lei, se aproxima de Jesus e levanta,
em termos abstratos, uma questão sobre a caridade: “Que devo fazer para ter a
vida eterna? ”. Sem negar o mandamento do amor a Deus e ao próximo como
essencial para se chegar à vida eterna, ele confessa sua dificuldade em
perceber a relação existente entre os dois mandamentos. Por isso, para se
justificar, pergunta a Jesus: “Mas quem é meu próximo”? De uma maneira muito
simples, Jesus responde contando-lhe uma parábola, na qual descreve a história
de um homem que caiu nas mãos de assaltantes e é deixado no chão, ferido, semimorto.
É a parábola do Bom Samaritano.
Já no início do relato, o doutor da Lei, para quem o próximo era todo
membro de seu povo, à exclusão do estrangeiro, sente algo novo, que o questiona.
Com a suavidade de sempre, o Mestre fala de três pessoas, que passaram por aquela
estrada: o primeiro era um sacerdote, o outro, um levita, que, indiferentes, não
o socorreram; o terceiro era um Samaritano, um estrangeiro, que ao vê-lo,
prostrado, teve compaixão dele. Aproximou-se, curou-lhe as feridas, levando-o à
estalagem próxima para que aí ele pudesse se recuperar; e o que fosse
dispendido a mais, no seu retorno, ele reembolsaria ao dono da hospedaria. O
fato de precisar que voltaria não é arbitrário, pois, ao longo do Evangelho,
notadamente nas parábolas, fala-se do retorno de Cristo no fim dos tempos, para
nos purificar e nos acolher em sua eternidade.
Mas a grande novidade apresentada por Jesus, válida para todos nós, é
a descrição do próximo como sendo todo aquele que encontramos ao longo do
caminho, pouco importa quem ele seja, sua crença, sua raça, sua condição física
e moral. Depende, exclusivamente, de nós fazê-lo ou não nosso próximo, e amá-lo
no amor com o qual amamos a Deus e a nós mesmos. Após essas reflexões, em que o
amor é visto como um projeto de vida, voltando-se para o doutor da Lei, diz-lhe
Jesus: “Faze isto e viverás”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo,
OFM
Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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