Reflexão do Evangelho de terça-feira 18 de outubro
Reflexão do
Evangelho de terça-feira 18 de outubro
Lc 10, 1- 9 - Missão dos setenta e dois – Dia de São Lucas
Evangelista
Esse
episódio, colocado, justamente, no início da subida de Jesus a Jerusalém,
caracteriza a ação formadora do Senhor e seu desejo de despertar em seus
discípulos o ardor missionário. Pregadores itinerantes, eles não seriam
simplesmente anunciadores da salvação futura, mas também da ação de Deus na
história atual, transformando-a em vista de um mundo futuro de justiça e de
paz. Além dos Doze Apóstolos, observa Orígenes, “o Evangelho nos diz que outros
setenta foram enviados para pregar a Palavra de Deus, e, graças a eles, o mundo
conhecesse as palmas da vitória de Cristo”.
O
número setenta é bastante significativo: Moisés escolheu setenta anciãos para
ajudá-lo em sua tarefa de liderar o povo através do deserto; o Sinédrio,
conselho que governava o povo de Israel, era composto de 70 membros. Em Jesus,
este número quer expressar a totalidade das nações e povos, para os quais seus
discípulos deviam levar sua Palavra e agir no seu poder, oferecendo-lhes a
salvação que vem de Deus. Crer não significa alçar o homem até Deus, mas é
acolher em Jesus a oferta de uma nova comunhão com Deus, o que vale dizer: nele
se dá a emergência do homem novo e definitivo.
A atitude de Jesus vai além da acolhida dos
pecadores; compreende a integração de todos, judeus e gentios, na unidade de um
povo resgatado por Ele. O anúncio da salvação e da paz, dom escatológico de
Deus, embora não tenha ainda atingido a sua realização final, já está presente
em Jesus. Sua intenção é que seus seguidores convidem todos, especialmente os
pecadores, para a mesa de Deus e para a convivência fraterna, comunicando-lhes
a paz: “Se houver um homem de paz, a vossa paz irá repousar sobre ele; caso
contrário, voltará a vós”. É a proximidade do Reino de Deus, marcada pela
pregação deles e pelo fato de se colocarem incondicionalmente a serviço do
Evangelho, não levando nem mesmo as coisas mais necessárias até para uma viagem
de pobres. Assim, confiando no Senhor e provando seu amor a todos, como destaca
S. Agostinho, “eles darão a paz aos que encontrarem, sem discriminação, embora ela
só seja recebida pelos que são filhos da paz”: está já em curso a unidade da humanidade
futura, em que “todos os homens se reconhecerão irmãos”.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e o ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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