Reflexão do Evangelho de terça-feira 11 de outubro
Reflexão Evangelho de terça-feira
11 de outubro
Lc 11, 37-41 -
Contra os fariseus e escribas (I)
A
responsabilidade de uma ação compreende o fato ocorrido, o conhecimento das
circunstâncias e as suas consequências, que podem ser ou não nefastas e
prejudiciais. Jesus alerta os fariseus,
pois se eles são responsáveis por uma palavra casual, sem graves consequências,
tanto mais por todas as palavras injuriosas e prejudiciais, como as blasfêmias
proferidas contra a sua pessoa. Jesus não os condena; simplesmente, exorta-os a
assumirem, com responsabilidade, suas palavras e atos, no nível subjetivo de
suas intenções, porque de nada vale a prática externa se não assumem
interiormente a autoria de seus atos e palavras.
Mas os fariseus permanecem exclusivamente no aspecto externo, ansiosos
e preocupados com a aparência e o reconhecimento dos outros. Então, voltando-se
para eles, Jesus exclama: “Ai de vós, fariseus, purificais o exterior do copo e
do prato, e por dentro estais cheios de rapina e de perversidade! ”. Palavras de
dor e de indignação perante a superficialidade ou a hipocrisia dos fariseus. No
máximo, é uma ameaça profética, dirigida não só aos fariseus, mas também aos
discípulos, que são convidados a estarem de prontidão para não caírem num “farisaísmo”
análogo ou numa sabedoria orgulhosa, alimentada por um idealismo arrogante.
Antes, o profeta
Isaías já tinha proferido cinco “ais”, num forte apelo para que não se tomasse
o mal como sendo um bem, causa de perigosa perversão da consciência. Nesse
sentido, a metáfora empregada por Jesus é bastante clara. S. Cirilo de
Alexandria lembra que “Jesus fala de lavar a parte interna e externa de um
cálice ou de um prato para mostrar que os fariseus podem parecer limpos
exteriormente, embora, na realidade, estejam cheios de ganância e de maldade em
seus corações”. S. Ambrósio escreve: “Para que o corpo esteja limpo, é
necessário que o conteúdo do cálice esteja puro, graças à esmola, à
misericórdia e à Palavra de Deus”.
A insistência de
Jesus visa, afirma S. Hilário de Poitiers, “condenar a preferência dada às
observâncias humanas em detrimento das orientações dos profetas: respeitam-se
opiniões vazias e transgride-se o que devia ser respeitado. Por exemplo, os
ornamentos do altar e do Templo lá estavam tão somente para imitar a beleza das
realidades futuras. Por essa razão, Cristo reprova que o ouro e a oferenda
sejam honrados mais que o Templo e o altar, mais que o mistério”. Para Jesus, as
purificações rituais e as práticas exteriores não conduzem, automaticamente, ao
cerne da verdadeira piedade, à entrega generosa e confiante a Deus. Ora, não se
abrindo à luz divina, que ilumina o interior do homem, os fariseus não entram no
Reino de Deus e impedem a entrada daqueles que os ouvem. A atitude farisaica
obscurece o mais importante: o amor a Deus e ao próximo.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
DEUS o abençoe e o ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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