Reflexão do Evangelho - Sábado, 22 de outubro
Reflexão do
Evangelho
Sábado, 22 de
outubro
Lc 13, 1-9 -
Convite à conversão
Certa feita, algumas pessoas vieram contar a Jesus um
dos incidentes ocorridos com seus ouvintes judeus: um crime perpetrado por
Pilatos, que ordenou a morte de um grupo de manifestantes. Tornava-se ainda
mais grave pelo fato de ter-se dado no Templo, profanando o lugar sagrado de
adoração a Deus. Por julgarem que os males sobrevindos tinham sido causados,
exclusivamente, pelos pecados dos que foram mortos, eles propiciam a Jesus a
oportunidade de lançar um convite à conversão de cada um, pois todos são
responsáveis pelo que se sucedeu. Para Ele, há solidariedade nos males, que
atingem o gênero humano, mas também na prática da penitência. Assim como os
profetas não falam propriamente da “conversão”, mas do ato de se converter,
Jesus também os exorta a produzir dignos frutos de penitência: é o Evangelho da
urgência, que assinala a solidariedade humana.
Nesse sentido, para destacar sua presença como “tempo
da visita”, tempo de conversão, Jesus narra a parábola da figueira estéril, que
urge uma resposta imediata e incondicional, porque o tempo é breve, praticamente,
já passou. A figueira, diz Santo Agostinho, significa o povo de Israel, que
recebeu cuidados especiais do divino agricultor, particularmente, a visita de
Jesus, que o convoca para uma vida nova, na comunhão com o Pai e no serviço
despretensioso aos irmãos. Apesar da atenção dispensada à figueira, não
encontrando nenhum fruto, o viticultor estava prestes a cortá-la, quando intervém
um homem compassivo, que, no dizer de S. Agostinho, “intercede junto a ele,
para que cave ao redor e coloque adubo, o que indica paciência e humildade.
Esperemos os frutos, pensa ele. Como, porém, só uma parte dará frutos, outra
não, virá o dono e a dividirá. Que significa dividi-la? O fato de que há bons e
maus, unidos no momento presente num único corpo”.
Na literatura bíblica, é frequente a imagem da
figueira, em cuja sombra o justo encontra paz e bem-estar físico e social; o
fato de ela secar constituía sinal temível de infelicidade e de sofrimento. Por
isso, S. Cirilo de Jerusalém lembra que, ao contar a parábola, Jesus “quer nos
levar a produzir bons frutos, evitando o que ocorreu com a figueira estéril, que
foi cortada e lançada fora”. Assim como é possível existir uma árvore verdejante,
embora infrutífera e inútil, da mesma maneira podem existir pessoas, com muitas
e belas palavras, sem produzir, no entanto, frutos de paz e de fraternidade. A todos
vale a exortação: “Apressai-vos, o Senhor aí está! ”. É o anúncio da salvação
escatológica, quando Deus, por ser misericordioso, oferece a todos o perdão,
tornando possível o impossível: um novo começo e uma nova esperança para os que
se convertem.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e o ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
ResponderExcluir