Reflexão do Evangelho de sábado 15 de outubro
Reflexão do
Evangelho de sábado 15 de outubro
Lc 12, 8-12 - Confessar o nome de Jesus
Certa feita, Jesus diz aos Apóstolos: “Todo
aquele que se declarar por mim diante dos homens, o Filho do Homem também se
declarará por ele diante dos anjos de Deus”. E mais. Assegura-lhes que “se
conduzidos às sinagogas, perante os principados e as autoridades”, eles não
deverão se preocupar “com o que se defender, nem com o que dizer: naquele
momento, o Espírito Santo lhes ensinará o que dizer”. Toda esta passagem
gravita em torno do testemunho a ser dado pelos Apóstolos: confessar ou negar o
nome daquele que veio transmitir ao mundo das nações uma doutrina sublime e
original, expressão da grande herança espiritual de Israel. O modo como eles irão
proceder terá repercussão no julgamento final: quem não reconhece o seu nome perante
os homens, o Filho do homem também o negará perante os anjos de Deus. Palavras
animadoras e, ao mesmo tempo, assustadoras!
A “negação”
do Apóstolo ou do discípulo expressa sua não correspondência ao “sim” dito ao
Senhor, no instante em que se decidiu por Ele; o “não”, deliberadamente declarado,
indica a decisão de afastar-se de Jesus, de sua mensagem e da praxe de sua vida,
não reconhecendo o segredo de sua relação com Deus-Pai. Ao invés, seu “sim” é decisivo, pois efetiva a
fascinante proximidade da infinita misericórdia de Deus, que regenera e é uma
nova possibilidade de existir. Então, revestido do nome do Senhor, o discípulo
é iluminado e fortalecido pela graça divina, que o transfigura: “Se o corpo
deve tomar parte, com a alma, dos bens inefáveis no século futuro, escreve S.
Gregório Palamas, é certo que também deles deve participar, na medida do
possível, desde esta vida”. É a verdadeira nova criação de Deus, que desponta e
madura; calam-se as paixões e os impulsos se transformam em caridade, que desperta
no discípulo a responsabilidade e um grande desejo: seguir o Mestre e dar
testemunho dele, mesmo com o risco de sua própria vida. O “sim” dado por ele, no
início, e confirmado ao longo de sua missão, caracteriza um movimento orientado
para um Salvador, chamado Jesus, o Messias, com as consequências correspondentes,
inclusive o possível martírio.
Por conseguinte, professar o nome do Senhor
é aderir a Cristo e é viver na esperança, caminhando não em círculo, mas para um
futuro, para um fim, na vivência de realidades que se movem num processo
evolutivo articulado em julgamento e salvação, em promessa e cumprimento. Nesse
dinamismo que nunca se repete, mas constantemente se renova a humanidade caminha
para o termo final, para o dia de Javé, dia de purificação de todos os pecados
e de salvação. O raiar deste dia deu-se com o nascimento de Jesus, profeta
escatológico do “ano da graça” de Deus, juiz sobre vivos e mortos, dado ao
mundo por Deus, como Salvador definitivo. O dia do Senhor é o dia futuro em que
a liberdade e a justiça reinarão no mundo todo, em que as turbulências do
coração se decantam como água tranquila, e cada um reconhece que a glória de
Deus é sua vida e a sua glória é a visão de Deus (cf. S. Irineu).
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e o ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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