Reflexão do Evangelho - Segunda, 31 de outubro e Terça-feira 01 de novembro
Reflexão do
Evangelho
Segunda, 31 de
outubro e Terça-feira 01 de novembro
Lc 14, 12-24 - Os
convidados que recusam ir ao banquete
(Comunhão dos
santos)
A realização de um banquete é uma das belas imagens,
utilizadas por Jesus, para descrever o Reino de Deus, como convivência com
todos, não excluindo ninguém. Nesta parábola, Ele fala de uma festa promovida por
um rei em honra do seu filho, para a qual muitos são convidados, parentes e
vizinhos. Quando tudo já está organizado, ele pede a seus servos que os chamem.
No entanto, os convidados se negam a ir ao banquete, apresentando as mais
diversas escusas: afazeres diversos, juntas de bois para cuidar, coisas da
vida, que não lhes permitem participar da festa, ainda que o convite tivesse
sido feito com muita antecedência. Verdadeira afronta, pois rejeitá-lo, no
último momento, era negar ao dono da festa a devida honra. Pelas respostas
dadas, deduz-se a necessidade de estabelecer prioridades na vida ou, melhor,
não deixar de lado o importante, que é participar da alegria e dos dons do
Senhor, por causa do que se considera “urgente”. S. Cirilo de Alexandria
comenta o fato de eles “desdenharem o convite, porque estavam voltados para as
coisas materiais e tinham concentrado sua mente nas vãs distrações deste mundo”.
O rei,
então, resolve substituí-los por aqueles que perambulavam nas praças e ruas da
cidade. “Que venham, diz S. Agostinho, os mendigos, já que quem convida é
aquele que sendo rico se fez pobre por nós, para que os mendigos nos enriqueçam
com a sua pobreza”. O banquete está preparado, e ainda há lugares vazios. Os
servos saem, mais uma vez, pelas estradas e jardins, e chamam os que não
residem dentro da cidade, até que a casa fique realmente cheia. Na sala
repleta, reúnem-se bons e maus, pecadores e estrangeiros, sinal da grandeza de
coração do dono da casa, em claro contraste com a maneira desdenhosa dos
primeiros convidados. Estes correm o risco de não mais encontrarem lugar no
banquete do Reino.
O
convite é dirigido a todos, sem ambiguidades de natureza discriminatória: é a
comunhão escatológica com Deus, vivida antecipadamente. Os chefes religiosos do
povo bem compreendem o sentido de suas palavras, que traduzem a consciência de
cumprimento da Lei e dos profetas, mas, em sua rigidez de visão, não aceitam
participar da ceia messiânica. Em lugar deles, trajando as vestes apropriadas
para a festa, unem-se a Jesus os mendigos e publicanos, tornando emblemáticas
as palavras finais da parábola: “Há muitos chamados, mas poucos escolhidos”. Daí
a afirmação da fé cristã, fundada na prática da vida de Jesus: a universalidade
de sua missão, que busca unir toda a humanidade na liberdade.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e o ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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