Reflexão do Evangelho - Quarta-feira, 01 de fevereiro



Reflexão do Evangelho
Quarta-feira, 01 de fevereiro
Mc 6, 1-6 - Jesus em Nazaré

       
        Em sua ação redentora e santificadora, Jesus estabelece a plena comunhão entre Deus e o homem, ao qual Ele concede a adoção filial e a imortalidade. Crer em suas palavras significa acolher essa “nova” comunhão com Deus, milagre muito maior e mais profundo, que as curas e expulsões de demônio: é sua permanente presença salvadora na vida daquele que crê. Urge não ficar indeciso; é preciso tomar posição, porque Ele não apenas abre ao discípulo outro modo possível de viver, mas questiona sua atitude diante da vida. Caso permaneça fechado à sua mensagem, ele só verá sua realidade humana e não será capaz de reconhecer sua divindade na unidade com o Pai.  
Em cada episódio da vida de Jesus, narra-se o que Deus é para nós: bondade e misericórdia. Parábola viva de Deus, Ele nos transmite, através de seus ensinamentos e de sua vida, o Reino dos céus. Mas a dureza de coração não é uma simples figura de linguagem: é uma realidade. Tantos ouvem a sua palavra, porém, incrédulos, pedem um sinal “do céu”, um milagre especial, que o credenciasse como profeta. Caso fossem atendidos, passariam a crer nele? Obviamente, Ele se recusa a fazer um milagre “por encomenda”. Se Ele os faz é sempre para atender as necessidades das pessoas ou aliviá-las de seus sofrimentos, não podendo ser jamais definido como um milagreiro, mas, assim proclama S. Lucas, como aquele que passou “fazendo o bem”.
A experiência que Jesus tem do Pai, mais do que uma consciência profética, é expressão da intimidade de vida e de perfeita comunhão, levando-o a falar sobre o Pai de modo bastante íntimo e familiar, sobretudo, em suas orações, sem deixar de provocar estranheza aos ouvintes, que ficam escandalizados. Ora, escandalizar-se, segundo o Evangelho, é o oposto de “crer em alguém”, razão pela qual, Jesus não realiza milagres em Nazaré, apenas algumas curas, “para não se pensar, diz S. Ambrósio, que Ele fosse constrangido pelo amor à pátria. Na realidade, aquele que amava todos os homens não podia deixar de amar os seus concidadãos, mas eles mesmos, comportando-se de modo pretensioso, renunciaram o amor à pátria”. Doravante, como escreve S. Cirilo de Alexandria, “Jesus irá se reportar aos pagãos, que o acolherão e serão curados da sua lepra”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm




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