Reflexão do Evangelho - Sábado, 21 de janeiro
Reflexão
do Evangelho
Sábado,
21 de janeiro
Mc
3, 20-21 - Providências da família de
Jesus
Após passarem a noite em oração, Jesus e
seus discípulos “foram para casa”, expressão que significa seu desejo de se
retirar e passar algum tempo, a sós, com os seus discípulos. As multidões,
porém, não o deixam em paz, vêm ao seu encontro, trazendo doentes, de modo que
“nem mesmo seus discípulos podiam se alimentar”. Situação delicada, motivo para
que seus parentes se mostrassem inquietos e preocupados. Dentre eles, havia
quem pensasse ter Ele enlouquecido, pois não conseguiam compreender como
alguém, ligado a eles, se doasse aos seus semelhantes, com tanta exclusividade.
Há
também os que o rejeitam por causa de sua mensagem e de seu comportamento
perante a Lei. Sua presença não é compreendida por todos e certa opacidade
histórica se manifesta até entre seus familiares, que julgavam estar Ele
passando dos limites, negligenciando, por excesso de zelo, as regras ordinárias
da vida; exige-se um voto de confiança.
Descidos de Jerusalém, os fariseus levam
ao exagero tais considerações, afirmando que era por força de Beelzebu,
príncipe dos demônios, que Ele expulsava os demônios. Cegueira e obstinação. O
Evangelho assegura não só a possibilidade do mal, ligada à liberdade humana,
mas também a existência de um poder pessoal, que quer conduzir os homens ao
pecado. Nesse sentido, observa S. João Crisóstomo: “O próprio Jesus declara que
expulsar os demônios, como acabara de fazer, é obra de um poder grandíssimo e
sinal da vinda do Reino de Deus”, país do amor, anunciado e vivido intensamente
por Ele. O domínio do mal, do orgulho e da ganância é, naturalmente, repelido
pelo amor gratuito e pela generosidade desinteressada, daquele que é, em sua
bondade, a proximidade de Deus.
Os Santos Padres situam esta passagem
nos horizontes da luta interior entre dois Reinos. Um, dominado pelos que
recusam crer em Cristo, e que são descritos como vivendo “na carne” ou “segundo
a carne”, outro, guiado por aqueles que vivem segundo o espírito, e que têm sua
vida orientada para Deus. Nas palavras do Apóstolo Paulo, trava-se, então, um
combate, denominado mortificação, que exige a renúncia ao mal e ao pecado. O
cristão, abandonando tudo o que o desvia de Deus, é conduzido pelo “dedo de
Deus”, o Espírito santificador, a estabelecer em sua vida a vitória da fé e do
amor.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, ofm.
Comentários
Postar um comentário