Reflexão do Evangelho - Quinta-feira, 26 de janeiro
Reflexão do Evangelho
Quinta-feira, 26 de janeiro
Lc 10, 1- 9 - Missão dos setenta e dois
Esse episódio, colocado, justamente, no início da
subida de Jesus a Jerusalém, caracteriza a ação formadora do Senhor e seu
desejo de despertar em seus discípulos o ardor missionário. Pregadores
itinerantes, eles não seriam simplesmente anunciadores da salvação futura, mas
também da ação de Deus na história atual, transformando-a em vista de um mundo
futuro de justiça e de paz. Além dos Doze Apóstolos, observa Orígenes, “o
Evangelho nos diz que outros setenta foram enviados para pregar a Palavra de
Deus, e, graças a eles, o mundo conhecesse as palmas da vitória de Cristo”.
O número setenta é bastante significativo: Moisés
escolheu setenta anciãos para ajudá-lo em sua tarefa de liderar o povo através
do deserto; o Sinédrio, conselho que governava o povo de Israel, era composto
de 70 membros. Em Jesus, este número quer expressar a totalidade das nações e povos,
para os quais seus discípulos deviam levar sua Palavra e agir no seu poder,
oferecendo-lhes a salvação que vem de Deus. Crer não significa alçar o homem
até Deus, mas é acolher em Jesus a oferta de uma nova comunhão com Deus, o que
vale dizer: nele se dá a emergência do homem novo e definitivo.
A
atitude de Jesus vai além da acolhida dos pecadores; compreende a integração de
todos, judeus e gentios, na unidade de um povo resgatado por Ele. O anúncio da
salvação e da paz, dom escatológico de Deus, embora não tenha ainda atingido a
sua realização final, já está presente em Jesus. Daí a intenção de que seus
seguidores convidem todos, especialmente os pecadores, para a mesa de Deus e
para a convivência fraterna, comunicando-lhes a paz: “Se houver um homem de
paz, a vossa paz irá repousar sobre ele; caso contrário, voltará a vós”. É a
proximidade do Reino de Deus, marcada pela pregação deles e pelo fato de se
colocarem incondicionalmente a serviço do Evangelho, não levando nem mesmo as
coisas mais necessárias até para uma viagem de pobres. Assim, confiando no
Senhor e provando seu amor a todos, como destaca S. Agostinho, “eles darão a
paz aos que encontrarem, sem discriminação, embora ela só seja recebida pelos
que são filhos da paz”: está já em curso a unidade da humanidade futura, em que
“todos os homens se reconhecerão irmãos”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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