Reflexão do Evangelho - Quarta-feira, 18 de janeiro
Reflexão
do Evangelho
Quarta-feira,
18 de janeiro
Mc
3,1-6 - A cura do homem com mão atrofiada
A cena da cura de um homem com mão
atrofiada se passa numa sinagoga, em dia de sábado. De semblante sereno e olhar
penetrante, lá está Jesus, observado atentamente pelos escribas e fariseus, que
desejavam “ver se Ele curaria no sábado, para assim encontrarem algo com que o
acusar”. Eles examinam seus atos como uma forma de descobrir motivos para
justificar sua condenação, fato já consumado em seus corações. Naquele exato
momento, a misericórdia de Deus, demonstrada por Jesus em sua bondade para com
o povo, mostra o caminho a ser seguido por todos os que querem participar do
Reino de Deus que está chegando.
Por
isso, sem se preocupar com os olhares traiçoeiros dos que o cercam,
revelando-se profundamente humano, Ele pede ao homem que venha para o meio da
assembleia. Fascinado por sua voz, contudo, tenso e trêmulo, ele se aproxima e
permanece de pé, diante de Jesus. Sem tergiversar, num gesto carinhoso de
perdão, Ele o acolhe na imensa pátria de sua alma, e realiza o milagre. Não há
nenhuma palavra de condenação, mas, no desejo de levá-lo à conversão, Jesus
fala-lhe ao coração e pergunta-lhe se em dia de sábado é permitido fazer o bem
ou o mal, salvar sua vida ou arruiná-la. Silêncio total. Obstinados e presos às
prescrições rituais, os fariseus não percebem que as palavras de Jesus são um
apelo para que todos, sobretudo eles, se voltem para o autêntico sentido da
Lei: estar interiormente livre para “fazer o bem”.
Paradoxalmente,
o finito e o infinito unem-se em Jesus: mesmo sendo verdadeiramente homem, Ele
não deixa de estar totalmente em sintonia com o ilimitado da misericórdia
divina. Uma questão, no entanto, permanece para os escribas e fariseus: o fato
de ele ter sido curado no sábado. Ora a Lei não foi negada, e Jesus não se
erige em intérprete da Lei; Ele é o intérprete do amor do Pai, que tudo criou e
que, em seu Filho, oferece o perdão restaurador ao homem de mão atrofiada. Apesar
do esforço envidado pelo Senhor, os fariseus, de olhar arrogante e com o
coração endurecido (porósei),
“enfureceram-se e combinavam entre si o que fariam a Jesus”.
O
mensageiro do amor divino “corre os olhos sobre todos eles” e, fixando-os com
um olhar severo, ao mesmo tempo, melancólico e suave, envia-lhes em socorro sua
imensa bondade, expressa nas breves palavras dirigidas ao enfermo: “Estende a
mão; e ela voltou ao estado normal”. S. Ambrósio amplia o sentido do milagre
para todo cristão: “Também tu, que crês ter a mão sã, atingida, porém, pela
avareza ou pelo sacrilégio, estende-a para o pobre que suplica, para ajudar o
próximo, socorrer a viúva ou para corrigir a injustiça. Estende-a para Deus por
todos os teus pecados e ela será curada”. Por sua vez, S. Pedro Crisólogo
conclui: “Naquele homem, verifica-se a cura de todos, nele renova-se a salvação
de todos, esperada durante tanto tempo”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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