Reflexão do Evangelho - Sexta-feira, 27 de janeiro
Reflexão do Evangelho
Sexta-feira, 27 de janeiro
Mc 4, 26-34 - Parábola da semente que
germina por si só
Em todas as parábolas do Reino,
embora se insista sobre a liberdade e a responsabilidade do homem, destaca-se
que a iniciativa é sempre de Deus.
Apesar de que os meios sugeridos sejam bem simples, tomados das realidades
terrestres: fermento, semente, e os resultados sejam extraordinários, as
parábolas têm por objetivo transmitir uma esperança de realização, que se
estende ao domínio espiritual. A propósito, comenta S. Gregório Magno, ao falar
da semente, lançada pelo agricultor, em terrenos diversos: “A que caiu em
terreno bom, o nosso coração, permite-nos conceber bons desejos; o seu
crescimento é constante: no início, quando começamos a fazer o bem, somos ainda
erva, mas quando progredimos na prática do bem, crescemos e chegamos a ser
espigas. Finalmente, já sólidos na prática do bem, alcançamos a perfeição e,
como espigas, seremos grãos maduros”.
Contando parábolas, através de
imagens bastante sugestivas, Jesus quer conduzir seus discípulos à compreensão
dos mistérios do plano divino, como Ele próprio diz: “A vós foi dado conhecer
os segredos do Reino”. Há, porém, aqueles que permanecem presos à literalidade
das palavras, e não alcançam a inteligência espiritual de sua mensagem: neles,
a semente não produz frutos. Os que reconhecem a Bíblia como o testemunho de
uma verdade viva perfazem o caminho da Palavra e, em horizontes sempre mais
amplos, se maravilham diante de sua beleza e grandeza, e são envolvidos por uma
força transformadora e renovadora. Se o caminho é árduo, uma centelha
inextinguível da luz divina os ilumina e a Palavra se torna uma proclamação
eloquente do mistério inefável de Deus, trazendo-lhes consolo e alegria.
O método é singelo. Ao dizer que a
semente “germina e cresce, sem que nós saibamos como”, Jesus nos remete ao
poder de Deus, que tem sucesso onde o homem sucumbe, gerando total e
inquebrantável confiança em sua ação recriadora. Constante e gradual, ao longo
da história, o crescimento do Reino de Deus é marcado pela incondicional
vontade divina de salvar. Portanto, “presente em nós” e não só “em meio a nós”,
o Reino significa salvação e é um acontecimento que atrai e nos leva à prática
do bem e das virtudes, identificando-nos, mais e mais, ao Mestre.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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