Reflexão do Evangelho - Segunda-feira, 23 de janeiro



Reflexão do Evangelho
Segunda-feira, 23 de janeiro
Mc 3.22-30 - Jesus e Beelzebul (calúnias dos fariseus)

       
        O Evangelho é a notícia alegre da salvação para todos os que “estão acordados” ou, em outras palavras, estão vigilantes, aguardando a vinda do Reino de Deus. Nessa comunidade, na qual Deus é reconhecido como um Pai de bondade, e a solidariedade e o amor são o cerne da Lei, os milagres, realizados por Jesus, levam a crer nele como aquele que “veio de Deus”; e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os que reconhecem nele o Messias esperado. Mas para outros, os milagres resultam de um poder que, estando além do controle deles, é humanamente discutível. Neste sentido, numa interpretação hostil a Jesus, os escribas, descidos de Jerusalém, dizem: “É por Beelzebul, príncipe dos demônios, que Ele expulsa os demônios”.
        O título Beelzebul liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os inimigos de Deus, aquele que está à frente e governa as forças do mal: ele constitui um reino em oposição ao reino de Deus, que é revelação de um amor não só criador, mas salvador, recriador, pois o pecador é adotado pelo Pai e elevado infinitamente.
No presente relato, o tema central não é propriamente o milagre, nem a luta entre a luz e as trevas, mas a chegada da salvação, aguardada para o fim dos tempos: com Jesus, inicia-se o tempo de salvação, pois Ele é o profeta da boa nova da vinda de Deus para todas as pessoas.
Quanto às acusações dos fariseus, no dizer de S. João Crisóstomo, “Jesus afirma que expulsar os demônios, como Ele acabara de fazer, é obra de um poder grandíssimo e sinal da vinda do Reino de Deus”. Ele o fizera, diz Jesus, “pelo dedo de Deus”, referindo-se à mão amorosa do Pai, que quebra o poder do reino do Mal e não deixa nada mais do que os despojos, isto é, “as ovelhas perdidas da casa de Israel”. Segundo o Apóstolo Paulo, também estes serão salvos, quando a totalidade do povo pagão fizer parte da salvação.  
        Ao ouvirem as suas palavras, os escribas e fariseus reagem e se aliam aos inimigos do passado, que provocaram a dispersão do povo entre as nações. Aos que o acolhem, Jesus assegura que crer nele é crer na Palavra viva, Palavra que salva e restaura, tornando irrevogável a eleição anunciada a Abraão e à sua posteridade.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm


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