Reflexão do Evangelho - Sábado, 14 de janeiro
Reflexão
do Evangelho
Sábado,
14 de janeiro
Mc
2,13-17 – Vocação de Mateus
Jesus se encontra em Cafarnaum, na
movimentada rota de Damasco. Razão da presença
de aduanas e dos respectivos cobradores de impostos, chamados publicanos (telovai), dentre os quais Levi, também
chamado Mateus, nome hebraico, provavelmente abreviação de Matatías, que
significa “dom de Deus”. Ao saber da chegada do Mestre, Levi o convida para uma
refeição com os seus amigos e colegas cobradores de impostos, como ele. “Os
fariseus, vendo isto, perguntam aos discípulos: Por que ele come com os
publicanos e os pecadores? ”. E, entre si, diziam: “Como pode Ele participar de
uma festa com tais pessoas? ”. Ouvindo o burburinho, Jesus levantou a cabeça e,
em severo silêncio, olhou para os que o acusavam. Após alguns instantes,
repete-lhes o que dissera em outras ocasiões: “Não são os que têm saúde que
precisam de médico, mas os doentes”. De fato, Jesus demonstra amor e ilimitada
misericórdia até para com os que o rejeitam.
A tradição patrística e a literatura
ascética destacam dois aspectos fundamentais da vocação de Levi: o apelo
gratuito e eficaz do Senhor, que revela a sua bondade e o seu poder, pois, no
dizer de S. Beda, “Ele o viu mais com os olhos interiores do seu amor do que
com os olhos corporais”; e a resposta pronta e incondicional de Mateus, que
aponta para sua acolhida e disponibilidade.
O fato de Levi deixar tudo e passar a
pertencer ao grupo dos discípulos impressionou vivamente S. Jerônimo, que
declara “ter Levi dito ser um publicano para mostrar que ninguém deve se
desesperar sobre sua salvação”. Toda pessoa é digna da atenção e da
misericórdia de Jesus, que se aproxima dos pecadores para avivar em seus
corações o desejo de uma vida nova. Em todo caso, a confiança nele é
indispensável, pois, no dizer de S. João Crisóstomo, “Ele conhece os secretos
pensamentos de cada pessoa, e sabe o momento em que cada pessoa está pronta
para ouvir o seu chamado”.
E
dirigindo-se a Levi, diz-lhe Jesus: “Vem comigo”, expressão muitas vezes
traduzida por “segue-me”. Ele o segue, menos com seus passos, indo atrás do
Mestre; muito mais com seu modo de ser, como um familiar, que partilha de sua
intimidade. E Levi, abandonando tudo, torna-se discípulo de Jesus, e
experimenta na vida o sentido do derradeiro apelo feito pelo Mestre aos
adversários: “Ide, pois, e aprendei o que significa: misericórdia é que eu
quero, e não sacrifício”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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