Reflexão do Evangelho - Terça-feira, 24 de janeiro
Reflexão
do Evangelho
Terça-feira,
24 de janeiro
Mc
3,31-35 - Os verdadeiros parentes de Jesus
A multidão é grande. A mãe de Jesus e
seus parentes estão fora e desejam vê-lo. Os discípulos notam a presença deles
e avisam o Mestre, que, sem desprezá-los, aproveita a ocasião para indicar como
seus verdadeiros parentes os que são obedientes à vontade do Pai que está nos
céus. A propósito, pergunta-lhes: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? ”.
Escreve Teodoro de Mopsuéstia: “Ele os interroga não para afastar a mãe e os
irmãos, mas para reafirmar que prefere a afinidade espiritual a todo parentesco
corpóreo”. As palavras do Mestre visam convocar os discípulos para fazerem
parte da Aliança como membros de uma nova família, a família dos “santos”, aqui
na terra e no céu.
A grandeza de Maria repousa não apenas
sobre o fato de ela ser a Mãe do Filho de Deus, mas muito mais por causa de sua
fé, que nela atinge tal profundidade e intensidade, que a concepção de Jesus
será a resposta benevolente da misericórdia divina à sua vida de oração e à sua
entrega total à vontade do Pai. Assim como “o Espírito Santo, escreve S. Cirilo
de Alexandria, personaliza a santidade divina, Maria personaliza a santidade
humana”.
Acontecimento maravilhoso e culminante
da história da salvação, atestado por S. Lucas no início do Evangelho: “O
Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo armará sua tenda em ti (episkiásei soi); por isso, o Santo que
nascer será chamado Filho de Deus” (1,35). Ao armar nela sua tenda, o Espírito
divino a erigiu em figura da Igreja, porque inseparável da pessoa e da obra de
seu Filho, que nela assumiu a nossa humanidade, Maria se torna a Mãe do corpo
de Cristo, que abarca toda a humanidade: por Jesus de Nazaré, o Filho de Deus
se fez um de nós, em tudo, menos no pecado.
Em
sua resposta ao Anjo: “Faz-se” (fiat),
e em sua declaração: “Eis a serva do Senhor”, ela professa sua fé, numa entrega
confiante, sem reservas, a Deus, manifestando estar pronta para receber o dom
gratuito e pleno de Deus: seu Filho, que nela se encarna. Nesse sentido,
observa S. Agostinho: “Santa Maria fez a vontade do Pai e a fez inteiramente;
por isso, vale mais para Maria ter sido discípula de Jesus do que sua Mãe.
Feliz era Maria, porque antes de gerá-lo, já o trazia em seu coração”.
Também
nós, discípulos de Jesus, na medida em que acolhemos a Palavra de Deus e ela se
efetiva em nós, tornamo-nos membros da família espiritual, da qual Maria é a
Mãe.
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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