Reflexão do Evangelho - Sábado, 28 de janeiro
Reflexão do Evangelho
Sábado, 28 de janeiro
Mc 4,35-41 - Tempestade acalmada
Ventos e águas revoltas. No meio do lago, lá pela hora do crepúsculo,
encontram-se Jesus e os discípulos numa barca, sacudida pelo vento, que fazem
as ondas despencarem sobre eles. Os apóstolos, marinheiros de profissão,
pressentem o perigo. Na popa, tomado pelo cansaço, Jesus dorme; a agitação das
águas e o choque do barco contra as ondas não o perturbam. Apavorados, eles
clamam pelo Mestre, que intrépido, de pé, coloca-se ante o vento e o mar, e
grita: “Silêncio! Cala-te!”. À diferença do salmista ou de Jonas, que invocam o
auxílio de Deus, Jesus age por Ele mesmo, o que suscita a exclamação dos
Apóstolos: “Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”. Três
séculos mais tarde, S. Atanásio declara: “Aquele que ordenou ao mar não era uma
criatura, mas sim o Criador”.
Desde
o início, os cristãos leem neste milagre a figura da Igreja. A tempestade e as
ondas em reboliço lembram a violência da morte do Senhor e as turbulências
pelas quais a Igreja há de passar ao longo de sua história. Mas, a exemplo dos
Apóstolos, ela confia no Senhor, que lhe trará paz e bonança. Diz Orígenes:
“Todos vós que navegais na barca da fé, todos vós que passais através das ondas
deste mundo na barca da Igreja santa com Cristo, embora Ele durma em piedoso
descanso, vigiam vossa paciência e perseverança. Com ardor, aproximai-vos dele,
insistindo com orações”.
Jesus dorme. Seu silêncio fala da
constante e serena presença daquele que tudo pode, ainda que por vezes, pareça
não estar atento às necessidades e perigos dos que nele esperam. Observa S.
Agostinho: “Se naufragas, é porque Cristo dormiu em ti. Esqueceste o Cristo.
Desperta o Senhor e traze-o à memória. Despertar Jesus é pensar nele. Nasce a
tentação, eis o vento; perturbação que te vem, eis as ondas. Desperta Cristo e
Ele falará contigo e tu exclamarás: ‘Quem é este, a quem até o vento e o mar
obedecem?’”.
Há tanto tempo estavam os Apóstolos com
Jesus, e não tinham ainda tomado consciência de que, mesmo estivesse Ele
dormindo, nada havia a temer! Às suas palavras, a tempestade cessou
completamente. Pasmos, mas fortalecidos interiormente, os Apóstolos ressurgem
para uma vida de comunhão com Cristo, que os conduz a uma confiança inabalável
em Deus. Dia após dia, eles crescem na sublime experiência do amor divino e
entregam-se a Jesus, numa alegria indizível, pois estar com Ele é garantia da
presença salvadora de Deus.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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