Reflexão do Evangelho do dia 03 de Novembro de 2012
Reflexão de Dom Fernando
Antônio Figueiredo para:
Sábado – 03 de
novembro
Lc 14, 1.7-11:
Escolha de lugares
Ao
invés de uma simples precaução na escolha do lugar na festa, Jesus aproveita a
ocasião para narrar a parábola da humildade evangélica. A recomendação de
escolher o último lugar irá inspirar a vida do Padre Foucauld. Este dirá: “Eu
tenho repugnância extrema por tudo o que me leva a me distanciar do último
lugar”. E, mais adiante, ele declara: “Desçamos o mais possível, como o Verbo,
como Jesus; estabeleçamos, definitivamente sobre a terra, nosso lugar entre os
menores. Permaneçamos no último lugar”. Na realidade, Jesus dirige-se a todos, particularmente,
aos fariseus, desejosos de ocupar os primeiros lugares. Seu objetivo é conduzir
cada qual, escreve S. Cirilo de Alexandria, “a imitá-lo numa vida humilde, modesta
e digna de louvor, e a não ser sequioso de vanglória, como muitos demonstravam no
banquete”. Traça-se, assim, uma clara distinção entre os humildes e os
orgulhosos, que ávidos de glórias humanas procuram afoitamente os primeiros
lugares. Exclama S. Agostinho: “Se tu te exaltas, Deus te abaixa; mas se tu te
abaixas, Deus te exalta”.
A
seguir, uma nova advertência é feita por Jesus: “Todo aquele que se exalta será
humilhado, e quem se humilha será exaltado” (v.11). De fato, o Evangelho busca transformar
o velho em novo homem, anunciado no hino entoado por Maria Santíssima no
Magnificat: “Depôs poderosos de seus tronos e a humildes exaltou” ( Lc 1,52). É o mistério pascal anunciado pelo Apóstolo S.
Paulo: “Tende em vós as mesmas disposições de espírito que tinha Jesus Cristo”
(Fil 2,5-11), em sua Encarnação e em sua Morte redentora.
Para o cristão, é
motivo de alegria interior fazer parte do mistério da humildade, pois, lembra
S. Irineu, “a recompensa de cada um será dada no dia da festa dos justos, quando
os pobres terão uma mesa preparada diante de Deus, que os nutrirá com todo tipo
de iguaria”. De antemão, Deus não exclui do banquete quem quer que seja. Ao
convidar os povos e nações, comenta S. Cirilo de Alexandria, “Deus prepara em
Cristo os dons destinados a todos os habitantes da terra”. Como dono da festa,
observa S. Ambrósio, “ele ordena que entrem os bons e os maus, para aumentar o
número dos bons, para aperfeiçoar as disposições dos maus, e assim se realizem
as palavras: os lobos e os cordeiros pastarão juntos” (Is 65,25). Visão ampla e
misericordiosa de Deus, novamente, destacada por S. Ambrósio: “O Senhor manda
buscar nas praças, pois chama os pecadores para que trilhem o caminho estreito
e passem pela porta da vida. Manda chamar pelas estradas e sebes e assim todos
possam apressar-se em direção às realidades futuras, caminhando pela estrada da
boa vontade”.
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