Reflexão do Evangelho do dia 18 de Novembro de 2012
Reflexão de Dom Fernando Antônio
Figueiredo para:
Domingo – 18 de novembro
Mc 13, 24-32 – Parábola da figueira
No centro da parábola está a
pergunta, feita pelos Apóstolos, sobre o fim do mundo: “Quando será isso,
Mestre?” Para responder, Jesus utiliza a imagem de uma figueira, fonte
importante de alimento para os judeus. No seu florescer, ela anuncia a
proximidade do verão. S. Hipólito lembra que o “verão significa o fim do mundo,
pois é a época em que se recolhem os frutos para guardá-los”. Símbolo do
julgamento, ele é utilizado por Jesus para suscitar não o terror, mas para
transmitir esperança, mesmo em meio a acontecimentos dolorosos e trágicos.
Aliás, Jesus recorre a diversas parábolas tiradas da natureza para nos convidar
a discernir os sinais da vinda “do Reino de Deus”. Anúncio muito presente na
pregação de Jesus e dos Apóstolos. S. Ambrósio descreve a parábola como uma
proclamação esperançosa da vinda do Senhor, pois, diz ele, “o cuidado do
agricultor do Evangelho me dá a garantia que a figueira frutificará. Não
devemos perder o ânimo, mesmo se os pecadores estiverem cobertos de folhas de
figo, como de uma veste enganadora, para esconder sua consciência: as folhas,
quando não têm frutos, são suspeitas. Tais eram as vestes dos que foram banidos
do Paraíso”.
Confiando
na Palavra de Jesus, produziremos bons frutos. O próprio Mestre os descreve e o
Apóstolo S. Paulo os proclama. “O Reino
de Deus” - escreve o Apóstolo – “é justiça e paz e alegria no Espírito Santo”
(Rm 14,17). Jesus vem cada dia e bate à porta da humanidade. Ele é o Alfa e o
Ômega, o começo e o fim de toda a história humana. De sua origem e da sucessão
significativa de suas fases até a realização de sua meta. Ainda que o tempo,
que precede a vinda do Filho do Homem se estenda, “esta geração”, a humanidade,
participará de todo o plano salvífico de Deus: A vinda do Senhor, a redenção e
o senhorio de Deus.
A escatologia, ao descrever
o fim dos tempos, parece contrastar com a ideia do progresso, bem presente, nos
primeiros cristãos, como S. Irineu. Na realidade, não há contradição. A
história é vista, por ele, como o desenrolar de acontecimentos, entre os quais
temos a vinda, morte e ressurreição do Senhor. Assim, na ambiguidade dos fatos,
vigora a força misteriosa da esperança. Neste sentido, S. Irineu falará de um
progredir constante na “acostumação” do Senhor. É o processo, pelo qual a
humanidade é conduzida, de modo pedagógico, a habituar-se à visão do Senhor,
que se manifestará em sua glória no final dos tempos. Portanto, há uma
intenção, presente na criação, que lança o cristão na aventura da descoberta de
Cristo como sentido da história. E movido por este sentido, objeto da fé, o
homem progride na esperança sem, por vezes, discernir a relação entre as Duas
Cidades, no dizer de S. Agostinho. Ele se coloca na espera concreta do advento
do radicalmente outro, do Filho de Deus. Pois ele assumiu nossa realidade
humana, tornando-se parte de nossa história.
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