Reflexão do Evangelho do dia 19 de Novembro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Segunda-feira – 19 de novembro
Lc 18, 35-43: Cura do cego de Jericó
       
        Jesus e os Apóstolos, acompanhados por uma grande multidão, depararam-se com um cego chamado Bartimeu, sentado à beira do caminho, pedindo esmola. “Ao ouvir que era Jesus, o Nazareno, que passava, começou a gritar: ‘Filho de Davi, Jesus, tem compaixão de mim!’” Seu clamor perturbou os que caminhavam rumo a Jerusalém, em peregrinação. A voz do cego une-se a dos antigos profetas, que clamavam pelo poder do Espírito de Deus. Escreve S., Agostinho: “Este cego, antes numa boa posição social, caiu em conhecida e célebre miséria, pois não só era cego, mas também clamava: ‘Que eu possa ver novamente’”. É o momento especial da graça divina. Ele não pode deixá-la passar. Por isso, tomando conhecimento da presença do Senhor, “ele deixou a sua veste, deu um pulo e foi até Jesus”. S. Beda vê no cego a própria “Igreja primitiva dos gentios que almejava a luz de Cristo”. Tal desejo se manifestava tão forte, continua S. Beda, que “muitos seguiam os ensinamentos do evangelho desnudos, abandonando os poderes do mundo e assim tornando-se merecedores da posse do tesouro eterno no céu”.
         À pergunta de Jesus: “que queres que eu te faça?”, um suspiro confiante brota do coração do cego Bartimeu. O tão esperado instante realiza-se. Assinala S. João Crisóstomo: “Jesus é fiel e ao prometer dar a salvação, ele a dá por completo, como prometeu”. Não só a cura corporal, mas livra-o também da cegueira espiritual. A luz divina ilumina seu coração e sua mente. Clemente de Alexandria, meditando sobre esta passagem, observa: “O cego recebe a Cristo, recebe o poder de ver, recebe a luz, o Logos eterno de Deus”. E pondo-se em lugar do cego, diz ele: “Pois até agora eu me encontrava errante buscando a Deus, mas, como tu me iluminaste Senhor, encontrei não só a Deus através de ti, mas também por ti recebi o Pai e transformei-me em teu co-herdeiro, e tu não te envergonhas de teu irmão”.  E ele termina, exortando: “Ponhamos fim ao esquecimento da verdade, rechaçando a ignorância e a treva, que nos impedem a visão espiritual. Contemplemos a verdade de Deus”.  
         Finalmente, diz Jesus ao cego: “Vai, a tua fé te curou”. Ele veio movido pela fé, implorando do Mestre, Rabbouni, a misericórdia. Agora, com os olhos da fé, ele reconhece o que os anjos anunciaram a seu respeito em Belém: Jesus é o Cristo, o Filho de Davi, o Senhor. Movido pelo sopro vital, proveniente do abismo insondável da sabedoria de Deus, ele toma consciência da própria finitude e, pela fé, abre-se à graça divina.  A fé o curou e o leva a se tornar discípulo do Messias: “e ele o seguia pelo caminho”. Por isso, exclama S. Ambrósio: “Ele só podia ver com a condição de seguir o Cristo, de anunciar o Senhor e de superar o mundo”. 

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