Reflexão do Evangelho do dia 26 de Novembro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Segunda-feira – 26 de novembro
Lc 21, 1-4: O óbolo da viúva

        Jesus alerta seus discípulos a respeito dos escribas e fariseus, que pagavam o dízimo até da hortelã, observando com cuidado o exterior, mas desprezando o essencial, a salvação da alma. Escreve S. Hegemônio: “Eles procuravam ser saudados nas ruas e ocuparem os primeiros lugares à mesa, mas rejeitavam as realidades interiores e ignoravam que a atenção dada ao corpo correspondia à dedicação dada à alma”. Após fustigar a hipocrisia dos doutores da lei, que se dedicavam a longas orações, entremeadas de palavras altissonantes, Jesus refere-se ao donativo de uma pobre viúva. Se no Templo, “alguns ricos lançavam muitas moedas”, ela dá não o que lhe é supérfluo, mas o que lhe é necessário para seu próprio sustento. Entrega duas pequenas moedas, sem reservar nada para si. Dá a Deus tudo o que possuía.
        Realiza-se a verdadeira piedade, que consiste na entrega total e confiante de sua vida a Deus. De fato, como destaca Jesus, ela coloca-se, integralmente, nas mãos de Deus, embora, legitimamente, ela pudesse reservar algo para si. S. Ambrósio comenta que “a dádiva da viúva foi medida, não pelo peso, mas sim pela gratuidade pela qual foi feita”. S. Jerônimo observa que “os que não possuem nada podem ter tudo, enquanto que os que detêm muitas coisas podem carecer da condição de possuir o essencial”. S. Agostinho dirá que “a preparação para o Reino pode solicitar riquezas dos ricos. Dos pobres a pequena moeda da viúva”.
        Uma lição é dada a todos: Amar a Deus com todas as suas forças ou, segundo o pensamento judaico, com todas as suas posses terrenas. Vale dizer que para seguir Jesus há de se doar, sem reservas, à missão evangelizadora. S. João Crisóstomo destaca que “nada há de mais necessário que nos dedicarmos às coisas do céu, às quais devemos nos entregar com todo o fervor”. É um belo exemplo de como os primeiros cristãos viviam e pensavam sobre o exercício da piedade.
        Em suma, com esse relato, tão pequenino e breve, o evangelista deseja salientar que o seguimento de Jesus exige inabalável confiança em Deus. A pobre mulher eleva-se qual farol, em meio ao mar, norteando o leitor à recomendação final dada por Jesus: “Quem pensa ganhar o mundo inteiro para salvar sua vida, vai perdê-la; mas, o que perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.  

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