Reflexão do Evangelho do dia 08 de Novembro de 2012
Reflexão de Dom
Fernando Antônio Figueiredo para:
Quinta-feira – 08 de
novembro
Lc 15, 1-19:
Parábolas da ovelha e da dracma perdidas
Para
não incorrerem em impurezas legais, os fariseus tinham estabelecido regras
rigorosas sobre como se manterem distantes dos assim considerados pecadores.
Eles negavam emprestar-lhes dinheiro ou lhes pedir algo. Não lhes davam uma
filha em casamento, nem os convidavam como hóspedes. Por isso, mostram-se
escandalizados diante do modo como Jesus acolhia os pecadores, indo a suas
casas e “comendo com eles”. S. Cirilo de Alexandria os interroga: “Dize-me,
fariseu, por qual motivo lamentas que Cristo não se tenha negado a estar com
publicanos e pecadores, mas lhes tenha proporcionado os meios de salvação?”
Aliás, o próprio Jesus lhes responde contando duas parábolas: a da ovelha
desgarrada e da dracma perdida.
No relato da ovelha
desgarrada os verbos “buscar-encontrar” revelam, antes de tudo, a iniciativa do
Pastor e o seu cuidado para com todas as ovelhas. Observa S. Máximo: “Ele não
se esquece, nem mesmo da mais insignificante, pois Ele se recorda de todas”. S.
Ambrósio, num lampejo brilhante de visão espiritual, observa que “os ombros de
Cristo, sobre os quais ele coloca a ovelha perdida, são os braços da Cruz., que
abraçam a todos, pois ele veio salvar, justamente, aquele que estava perdido”.
As palavras do Senhor nos lançam nos espaços do amor de Jesus para com os
“pequenos”, pois em seu coração palpita o divino desejo de que nenhuma delas se
perca. Jamais deixar de acolher ou escandalizar uma delas, objeto do terno
carinho do Pastor que conhece e chama cada uma “por seu nome” próprio,
insubstituível. A dor e a ansiedade do pastor se transformam em alegria ao
encontrar a ovelha que se perdera.
As duas parábolas
ressaltam a novidade do ensinamento de Jesus. Ele veio em busca dos pecadores,
jamais rejeitados, não meramente censurados ou lamentados. Não há regozijo com
a perda deles. A alegria se expressa no encontro da ovelha desgarrada ou da
dracma perdida. É a festa pela salvação e reconciliação do pecador. No Evangelho
de S. João, o Bom Pastor demonstra sua ternura, velando para que nenhum de seus
discípulos se perca. S. Efrém vê nestas palavras a atitude de Jesus que “vê os
pecadores e os chama, e os faz sentarem-se ao seu lado. Espetáculo admirável:
os anjos temem, por causa de sua grandeza, e os pecadores comem e bebem com
Ele”. Refletindo sobre esta parábola, S. Basílio escreve: “O bom Pastor vai em
busca de ti e se tu te dás a ele, ele não hesitará e não desdenhará na sua
bondade em te colocar sobre seus ombros, alegrando-se por ter encontrado a
ovelha que estava perdida. E se alguém protesta que foste acolhida
imediatamente, o próprio Pai falará em tua defesa dizendo: É necessário
festejar e alegrar-se, porque esta minha filha estava morta e agora retornou à vida, estava perdida e foi
reencontrada”.
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