Reflexão do Evangelho do dia 29 de Julho de 2013


Segunda-feira – 29 de julho

Jo 11, 19-27: Ressurreição de Lázaro

 

          Jesus declara: “Eu sou a luz do mundo e quem me segue não andará nas trevas”. Porém, mesmo nas trevas e na culpa do homem um raio de sua luz não deixa de resplandecer, de tal modo que nenhuma obra humana carece totalmente de sua luz. Assim, sua vinda desvela a realidade espiritual, força geradora de tudo quanto existe de bom, justo e verdadeiro, que leva S. Justino a afirmar a presença da semente do Logos em toda a criação.  A resposta humana ao Dom de Deus é a fé, ingresso no caminho de salvação, iluminação e encontro com Cristo, “o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira” (Ap 3,14).

          Ao saber da morte de seu amigo Lázaro, Jesus diz aos Apóstolos: “Vamos lá!” Ao chegar a Betânia, “Marta saiu ao seu encontro” e principia um magnífico diálogo com Jesus. Após algumas palavras delicadas e esperançosas, e diante das palavras seguras e firmes do Senhor, ela faz sua profissão de fé: “Sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia!” Como a de Pedro, esta profissão nasce do contato assíduo e progressivo com Jesus, que lhe afirma: “Teu irmão ressuscitará.” Indubitavelmente ela crê na ressurreição no último dia, segundo o pensamento judaico a partir das perseguições aos Macabeus, mas o Mestre vai além e pede um ato de fé em si mesmo como “ressureição e vida”, pois quem o acolhe encontrou o segredo da verdadeira e interminável vida. Observa S. João Crisóstomo que Jesus “quer indicar o objetivo do fato ocorrido. Ele vê a morte não como um fim, mas como a porta de entrada de toda a humanidade na glória de Deus”.

          Guiada pela fé, Marta cede ao impulso da ação divina e contempla a luz de Deus, que a invade com a presença radiosa de Jesus. Ele é a ressureição. Assim, a declaração de Marta, sobre a ressurreição no último dia, significa: todos aqueles que lá estarão jamais estiveram realmente mortos. Lázaro simplesmente retornou à vida, participada por ele no tempo presente, sinal da vida nova que todos teremos na ressurreição final, quando, definitivamente, ouviremos a voz do Senhor: “Lázaro, vem para fora!” Que todos ouçam, exclama S. Agostinho, “a voz do Senhor, ouvida por Lázaro, através da pedra: que ela penetre nos corações de pedra!”. Ao chorar, Jesus assume, em sua natureza humana, as nossas lágrimas. E, em sua natureza divina, ele age, ressuscitando Lázaro e dizendo a nós: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que morra, viverá”.

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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