Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 10 de Outubro


Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 10 de Outubro

Lc 11, 5-13 – A oração perseverante –amigo importuno

                

Na oração do Pai-Nosso, ao expressarmos o desejo de ter uma fé voltada para Deus, no cumprimento de sua santíssima vontade, estamos, igualmente, abrindo o coração aos nossos semelhantes. Por isso, não dizemos na oração dominical “meu” Pai, mas “nosso” Pai, e suplicamos “nosso” pão de cada dia. Imploramos o perdão de nossas dívidas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. De fato, mergulhado na inefável misericórdia divina, aquele que ora abandona todo egoísmo e se abre à comunhão com os irmãos, no perdão e no amor.

Em nosso coração soa a parábola do amigo importuno, contada logo a seguir por Jesus. Tendo recebido uma visita, em horas avançadas da noite, ele nada tem para oferecer-lhe. O tema central da parábola não é o fato de ele ter recorrido ao vizinho, mas a persistência em chamá-lo, pois “mesmo que não se levante para dá-lo por ser amigo, levantar-se-á ao menos por causa da sua insistência, e lhe dará tudo aquilo de que precisa”. Insiste porque confia no amigo. Assim, também nós, confiemos no Pai, pois Deus não deixa de ouvir nossas orações e nos atende graciosamente, concedendo-nos muito além de nossas expectativas. Escreve S. João Crisóstomo: “O Senhor não só ordena pedir, mas quer que as nossas preces sejam fervorosas e perseverantes. É o sentido das palavras que se seguem: ‘buscai e achareis’, recomenda Jesus”. Deus quer o melhor para os seus filhos e deseja satisfazer a todas as suas necessidades. Ele existe e nos ama. Situado acima de todas as coisas, Ele nos acolhe e, como Pai, introduz-nos no espaço de confiança, onde a morte deixou de existir, vencida que foi, pelo Filho, no madeiro da cruz. Afastam-se do nosso coração a angústia e o medo, a inimizade e o ódio. E nós, penetrados pela inspiração do amor e atraídos pela doçura de sua misericórdia, alcançamos a serena alegria da vida em Deus. Eis o ideal tão almejado por S. Agostinho, que, referindo-se a esta passagem, comenta: “Os discípulos encontram repouso no Senhor e descanso na grande santificação, pois eles são enriquecidos, recebendo, e ele não se empobrece dando”.

A oração perseverante provoca em nós um vazio interior, atento e amoroso, na expectativa do encontro com Deus. Pois ela envolve aquele que ora na luz incriada, levando-o a percorrer, com confiança inabalável, a senda que o conduz ao alto do monte Tabor para ali participar da ação transfiguradora do Senhor.

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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