Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 07 de Outubro
Reflexão do Evangelho de Segunda-feira
– 07 de Outubro
Lc 1, 26-38: Anunciação do
Senhor
No
anúncio do nascimento de Jesus, Maria encontrava-se em oração quando o arcanjo
Gabriel, cujo nome significa “fortaleza de Deus”, vindo ao seu encontro, diz-lhe:
“Alegra-te, cheia de graça”. A Tradição,
desde o amanhecer da Igreja, tem sublinhado o paralelo entre a Virgem Maria e
Eva, “mãe de todos os viventes”, entre o “fiat”, o faça-se da anunciação, e a
desobediência, causa decisiva do “pecado original”.
Acentuado
pela Tradição antiga, também pelos comentadores contemporâneos, tal paralelismo,
longe de ser artificial, oferece ao acontecimento um alcance absolutamente
universal. Observa S. Beda: “Como Eva trouxe no seio toda a humanidade
condenada ao pecado, agora Maria traz no seu seio o novo Adão que, com a sua
graça, dará vida a uma nova humanidade”. Aquele que nasce de Maria é um dentre
nós, capaz de englobar todos nós, incluindo todas as possibilidades de nossa
humanidade, sem excluir nada de cada um, a não ser o pecado. Por isso, não
seria ousado declarar que Ele só podia fazer-se homem nascendo da Virgem Maria,
herdeira da história da salvação.
Se na origem, houve o casal Adão e Eva,
agora, no princípio da nova criação, também há uma mulher e um homem, José,
indicado como sendo “da linhagem”, “da casa de Davi”, o que atesta o
cumprimento das profecias e proclama que Jesus é o Messias esperado e anunciado
pelos profetas. E sua realização torna-se ainda mais vigorosa, pois, ao dizer
que “o anjo Gabriel foi enviado por Deus”, acentua-se que ela procede do alto e
que é iniciativa do Deus Altíssimo. Realiza-se o supremo mistério da fé cristã:
Aquele que nasce da Virgem Maria é o Messias Salvador, que, por sua natureza, é
humano e divino.
A
saudação inicial: “Ave, cheia de graça” declara ser Maria efetivamente
“cumulada de graça”, dom divino, não proveniente de seus méritos, mas fruto da
suprema benevolência de Deus. Por graça divina, ela é concebida sem pecado
original e, assim, erigida como Templo ou morada (shekinah) da glória de Deus, da
qual nascerá Jesus (Yoshua, que significa “Yah é Salvador”), o Filho do
Altíssimo e seu “Reino não terá fim”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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