Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 03 de Outubro
Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 03 de Outubro
Lc 10, 1-12 – Missão dos setenta e dois
Ao enviar os setenta e dois dos seus discípulos à
missão, Jesus lhes apresenta o Reino de Deus como uma grande messe. A
abrangência da missão é universal. Ela visa não só o povo de Israel, mas também
os demais povos e nações. O objetivo é semear a Palavra de Deus no coração de
todo ser humano.
Colocado, justamente, no início da subida de Jesus a
Jerusalém, esse episódio caracteriza a ação formadora do Senhor, no desejo de
transmitir aos seus discípulos o fervor e o ardor missionários. Eles são seus
continuadores. Do Senhor eles recebem a inspiração e a força para tornar a
Igreja presente por toda parte, em sua intenção “católica”. Embora tal fato
fosse se concretizar só após Pentecostes, já agora, na vida pública de Jesus,
pode-se entrever a futura missão universal dos Apóstolos. Com efeito, observa
Orígenes: “Não só os Doze Apóstolos pregaram a fé em Cristo, mas o Evangelho
nos diz que outros setenta foram enviados para pregar a Palavra de Deus, para
que graças a eles, o mundo conhecesse as palmas da vitória de Cristo”.
O número setenta é bastante bíblico. Moisés escolheu
setenta anciãos para ajudá-lo em sua tarefa de liderar o povo através do
deserto. O Sinédrio, conselho que governava o povo de Israel, era composto de
70 membros. Em Jesus esse número quer expressar a totalidade das nações e
povos, para os quais seus discípulos deviam levar sua Palavra e agir no seu
poder.
Eles pertencem ao grupo dos artesãos da
paz. Diz Jesus aos 72 discípulos: “Se houver um homem de paz, a vossa paz irá
repousar sobre ele; se não voltará a vós”. O missionário de Cristo anuncia a
sua paz e a comunica aos que estão preparados para recebê-la. Porém, até a
segunda vinda do Senhor, os discípulos encontrarão oposição e perseguição.
Serão como ovelhas no meio de lobos. Escreve S. Cirilo de Alexandria: “No
entanto, eles serão capazes de sobreviver, porque eles têm Jesus como pastor e
ele os protegerá dos lobos em meio às perseguições”. Nada os desanimará. Pois
na mente dos discípulos, bem presentes, estão as palavras de S. João Batista:
“Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Por isso, a saudação da
paz é dada a todos, como observa S. Agostinho, “sem discriminação, embora só
seja recebida pelos que são filhos da paz”. Com S. Francisco de Assis saudamos a todos:
Paz e Bem!
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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