Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 28 de Outubro
Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 28 de Outubro
Lc 6, 12-19: Escolha dos Apóstolos
Logo no início de sua vida pública, Jesus escolhe
doze apóstolos entre os seus discípulos. Eles serão a base da Igreja por ele
instituída. São Lucas descreve nestes versículos a escolha desses homens antes
de o Senhor proferir o Sermão da Montanha, carta magna da vida cristã. Naquela
importante ocasião, Jesus, como nos momentos mais significativos da sua vida,
retira-se para orar. Escreve Santo Ambrósio: “Ele não pede ao Pai por ele, mas ele
julga oportuno suplicar ao Pai por nós como nosso advogado”.
Dentre
os discípulos, ele escolhe Doze, aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando
neles toda a sua confiança. “Apóstolo”, palavra grega, cujo significado é
“enviado”, tem o sentido de missionário e também de delegado ou representante.
“Quem vos escuta, a mim escuta”, diz o Mestre. E é como representante do Pai,
enviado de Deus e primeiro “Apóstolo”, que Jesus se apresenta aos homens. Os
Doze serão designados à sua imagem: “Ó Pai, como me enviaste ao mundo, eu
também os enviei ao mundo”. Sobre a missão dada a eles por Jesus, escreve Santo
Ambrósio: “Eles são semeadores da fé para tornar presente no mundo o auxílio da
salvação dos homens. Presta também atenção ao desígnio divino: ele não escolheu
para o apostolado pessoas sábias, ricas, nobres, mas pescadores e publicanos,
pois não devia parecer que eles atrairiam as multidões, por causa de sua
sabedoria, nem que as comprassem com suas riquezas. Muito menos as atraíssem à
graça divina por força de seu prestígio e de sua nobreza. Prevalecia o
argumento intrínseco da verdade, não a atração do discurso”.
Jesus
os chama para que “estejam com ele e para enviá-los em missão”. Eles devem
estar com ele, para conhecê-lo como o Filho amado do Pai celestial e serem
testemunhas de sua vida e ensinamentos. Ao mesmo tempo, como São João Damasceno
ensina, Jesus os escolhe para que, “através deles, nós que somos homens
miseráveis e terrenos, possamos chegar aos bens celestes”. Eles são enviados
para levar a sua mensagem, em primeiro lugar às ovelhas perdidas de Israel, e
depois “até os confins da terra”.
Eles passam, a Igreja
continua. E do mesmo modo, a missão deles se estende no tempo, mediante seus
sucessores. Mais tarde, os Atos dos Apóstolos falam de Paulo e Barnabé, vindos
posteriormente, e que recebem o mesmo título de apóstolos. Forma-se o colégio
apostólico, depois perpetuado no colégio episcopal, do qual os bispos estarão
investidos como sucessores dos Apóstolos. Não se pode esquecer o caráter de
delegado, testemunha da Tradição, exercido pelo bispo como “sinal de unidade na
caridade”, na definição de Santo Inácio de Antioquia.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário