Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 29 de Outubro
Reflexão do Evangelho
de Terça-feira – 29 de Outubro
Lc 13,18-21: A parábola
do grão de mostarda e a do fermento
O
Senhor fala em parábolas, breves histórias, para que as pessoas de boa vontade
possam melhor compreendê-lo. Ele compara o Reino de Deus a um grão de mostarda e
ao fermento colocado na farinha para fermentá-la. Faz-nos compreender, no dizer
de S. Jerônimo, que “os fiéis recebem o grão da pregação e se nutrem com a fé,
fazendo com que o pequeno grão germine e cresça no campo de seus corações”. O
grão torna-se uma árvore frondosa, “a tal ponto”, diz Jesus, “que as aves dos
céus se abrigam nos seus ramos”. S. Hilário de Poitiers comenta: “As aves do
céu, que se aninham entre os ramos da árvore, são os Apóstolos, os quais se
dividem e se espalham a partir do poder de Jesus”. Por eles, a Palavra de Deus
é anunciada e chega a todos os corações. O mesmo irá dizer S. João Crisóstomo,
em relação à parábola do fermento, que leveda a massa: “Como o levedo se
difunde em toda a massa sem perder-se, mas antes pouco a pouco transforma toda
a massa em sua substância, o mesmo acontecerá com a pregação do Evangelho”.
A iniciativa é de Deus.
Os meios, fermento e semente, ainda que simples, terão resultados
extraordinários. Para os judeus a vinda do Reino significa uma grande mudança
no mundo e na sociedade. Eles sustentam seu caráter irresistível. No entanto,
instruídos pelo Senhor, os discípulos são levados a conceber, de modo discreto
e simples, a difusão do Reino, como uma transformação interna, totalmente
estrangeira à concepção vigente na época. A forma atual, escondida e silenciosa,
culminará com a vinda gloriosa do Senhor.
Através
dessas breves histórias, Jesus mostra que a grandeza de Deus se manifesta na
fraqueza e na pequenez. Os discípulos começam a compreender o que o Apóstolo S.
Paulo dirá mais tarde: “Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte” (2Cor
12,10). O grão de mostarda e o fermento são a força decisiva que dará ao mundo
um novo sentido. A pequenez do grão e do fermento representa não a grandeza do
Reino, mas o poder do Evangelho, que atingirá todos os povos, expressos, em
sentido alegórico, “nas aves do céu que se abrigam em seus ramos”. A este propósito escreve S. Jerônimo: “Penso
que os ramos da árvore do Evangelho, que crescem do grão de mostarda são os
dogmas diversos, sobre os quais descansam cada uma das aves do céu. Tenhamos
também nós asas de pomba para que, voando para o mais alto, possamos habitar
nos ramos desta árvore e fazer, para nós, ninhos dos ensinamentos, fugindo das
coisas da terra e correndo para as do céu”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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