Reflexão do Evangelho de Sábado - 19 de Outubro


Reflexão do Evangelho de Sábado – 19 de Outubro

Lc 12, 8-12: Confessar o nome de Jesus

        

         Dirigindo-se aos Apóstolos, diz Jesus: “Todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, o Filho do Homem também se declarará por ele diante dos anjos de Deus”. Assegura-lhes que “se conduzidos às sinagogas, perante os principados e as autoridades”, eles não deverão se preocupar “com o que se defender, nem com o que dizer: naquele momento, o Espírito Santo lhes ensinará o que dizer”. Aliás, toda esta passagem gravita em torno do testemunho dado pelos Apóstolos: confessar ou negar o nome de Jesus. O modo como irão proceder terá repercussão no julgamento final. Assim, quem não reconhece o seu nome perante os homens, o Filho do homem também o negará perante os anjos de Deus. Palavras animadoras e, ao mesmo tempo, assustadoras!

A expressão grega, normalmente traduzida por “negar-se ao serviço de Cristo”, significa literalmente “negar, dizer não”. Do mesmo modo, a “negação” do Apóstolo ou do discípulo diante dos homens expressa a sua não correspondência ao “sim” dito ao Senhor, no instante em que se decidiu por Ele. O “não”, deliberadamente dito, indica afastar-se de Jesus e abandonar o seu seguimento, mesmo após ter recebido o Espírito Santo.

Neste caso, aprisionado por forças estranhas, o discípulo estará fechado ao Espírito divino e à participação da vida de comunhão com Deus. Porém, ao desvincular-se do pecado, ele se lança para Deus e, revestindo-se do nome do Senhor, é iluminado e fortalecido pela graça divina. Calam-se as paixões e seus impulsos se transformam em caridade, que desperta nele a responsabilidade e um grande desejo: seguir o Mestre e dar testemunho dele, mesmo com o risco de sua própria vida. O “sim” dado por ele, no início, não se reduz àquele instante, abrange toda a sua missão, com as consequências correspondentes, inclusive o possível martírio.

         Na luz de Deus, o discípulo compreende que professar o nome do Senhor é aderir a Cristo, que o reconhecerá no fim dos tempos. Então, ele “se declara por Cristo diante dos homens”, e, abraçando a cruz, ele sofre e morre, jamais negando ao Senhor, pois, no dizer de São Basílio Magno, “aprendeu a não opor resistência ao Espírito Santo”. As turbulências do coração se decantam como água tranquila e ele reconhece que a glória de Deus é sua vida e a sua glória é a visão de Deus.

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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