Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 23 de Outubro
Reflexão do Evangelho
de Quarta-feira – 23 de Outubro
Lc 12, 39-48: Vigiai,
pois o Senhor não tarda a vir.
O
Senhor oferece-nos o maior tesouro que podemos imaginar: seu Reino de paz e de justiça.
Por Reino compreende-se não um espaço circunscrito, mas a própria pessoa de
Jesus. Ele é a presença do Reino entre nós e em nós, segundo suas próprias palavras.
O grande escritor do IIIº século, Orígenes, ao comentar o Pai-Nosso, diz: “quem
reza pela vinda do Reino de Deus, reza sem dúvida pelo Reino de Deus que ele já
leva em si mesmo, e pede para que ele produza frutos e para que chegue à sua
plenitude”. E se nós quisermos que o seu
Reino esteja em nós, “o pecado não pode nos dominar e Deus deve passear em nós
como num paraíso espiritual”. Em nossos corações, ele exerce seu poder e
triunfa sobre o pecado e sobre todo mal.
O
discípulo estará então preparado para a segunda vinda do Senhor, ocasião em que
seu Reino será estabelecido definitivamente. Momento decisivo para todos, pois o
“Filho do homem virá numa hora que não pensais”. “Permanecei vigilantes!”. O
Apóstolo Pedro, em nome dos demais, ao perguntar-lhe se a advertência era dirigida
só aos discípulos ou também a todos, leva-o a dizer, através de uma parábola,
que cada um será tratado de acordo com a luz que lhe foi comunicada. Pois “aquele
a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais
será reclamado”.
Mas
da vigilância, ninguém está dispensado. Se o Senhor não deseja transmitir o
calendário do fim do mundo, também não quer deixar seus seguidores inseguros e
angustiados. Mediante as palavras: “a cada dia basta o seu cuidado”, Ele visa despertar
neles a atitude, tantas vezes apregoada, de entrega confiante nas mãos de Deus.
Concebe-se, sempre mais, o Reino não como uma dimensão mensurável, mas como uma
presença escondida, o “já lá” e o “ainda não” do mistério inefável e amoroso de
Deus, manifestado em Jesus, presença do Reino, aqui e agora na história.
Por conseguinte, ao
falar do Reino, Jesus visa despertar nos discípulos a atitude de disponibilidade
total à sua mensagem, pois só assim eles estarão se colocando efetivamente a
caminho do Reino dos céus, presença plena de Deus.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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