Reflexão do Evangelho de Sábado – 26 de Outubro


Reflexão do Evangelho de Sábado – 26 de Outubro

Lc 13, 1-9: Convite à conversão

        

         No Evangelho de hoje, Jesus refere-se a um dos incidentes ocorridos com seus ouvintes judeus. Pilatos perpetrara um crime no próprio Templo profanando o lugar sagrado de adoração a Deus. Jesus aproveita esse fato para lançar um convite à conversão. Conta-lhes uma parábola ensejando despertar os discípulos para o fato de que ainda resta algum tempo, embora limitado, para “produzir dignos frutos de penitência”. Convoca-os à renovação de vida. É a parábola da figueira estéril, na qual ele destaca o “tempo da visita”, tempo de sua presença, caminho para ir a Deus. Não podemos nos demorar, pois o tempo já praticamente passou. Nossa resposta deverá ser imediata e incondicional.

A figueira, diz Santo Agostinho, está significando o gênero humano, convocado por Jesus a uma vida nova, no amor e na misericórdia de Deus. Na parábola, após três anos, não encontrando nenhum fruto, o viticultor pensa em cortá-la. No entanto, há a intervenção de um homem compassivo, que, como escreve Santo Agostinho, “intercede junto a ele, para que cave ao redor e coloque adubo, o que indica paciência e humildade. Esperemos os frutos, pensa ele. Como, porém, só uma parte dará frutos, outra não, virá o dono e a dividirá. Que significa dividi-la? O fato de que há bons e maus, unidos no momento presente num único corpo”.   

         Tendo presente que, na literatura bíblica, “permanecer sob a vinha ou sob a figueira” era não só sinal de paz e de bem-estar físico e social, mas também espiritual, graças à meditação nutritiva das Escrituras, o fato de ela secar constituía para Israel símbolo temível de infelicidade. E S. Cirilo de Jerusalém lembra que, ao contar esta parábola, Jesus “justamente deseja que produzamos bons frutos. Que não nos ocorra o que se deu com a figueira estéril, cortada e lançada fora”. Um apelo nos é feito. Apressemo-nos, antes que venha o fim, e, pela nossa conversão, reconheçamos Cristo como Senhor e Messias.

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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