Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 14 de Outubro
Reflexão do Evangelho
de Segunda-feira – 14 de Outubro
Lc 11, 29-32: O sinal
de Jonas
Os escribas e fariseus não
confiam nas palavras de Jesus e não o reconhecem como o Filho de Deus. Fecham-se
em sua incredulidade. Apesar disso, pedem-lhe um sinal do alto. Na paciência do
amor, ele indica o profeta Jonas como o prenúncio de sua morte e ressurreição e
o povo de Nínive como figura do novo Povo de Deus. O fato de os fariseus e
escribas pedirem um sinal pode corresponder a um simples costume judaico, visando
autenticar a pregação de um mensageiro de Deus. Mas antes mesmo de o ouvirem, um
julgamento prévio é emitido: suas obras, dizem eles, proveem do demônio. Compreende-se,
então, a resposta dura e severa de Jesus, comparando-os a uma geração adúltera
e perversa.
Jesus não os força. Fruto
da graça divina, a fé descerra os olhos do coração e os abre à contemplação de
Deus. A fé não tolhe a liberdade humana, pois cabe a cada um recusá-la ou acolhê-la.
Ela não é obediência abstrata a um imperativo categórico, mas pressupõe o livre
dinamismo da natureza humana, em sua orientação para Deus. Os ninivitas
respondem livremente ao apelo de Jonas e, em sua pregação, reconhecem o próprio
Deus exortando-os à penitência e ao arrependimento. A rainha do sul reconhece a
sabedoria de Deus manifestada em Salomão. Porém, os líderes religiosos não
acolhem os sinais feitos por Jesus. João Batista fora rejeitado. Agora, eles não
acolhem os sinais realizados pelo Messias, o Ungido de Deus, e rejeitam a sua
mensagem.
Ao
longo da vida do Senhor não faltam sinais e milagres, cujo objetivo jamais foi manifestar
o seu poder ou exibir a sua sabedoria. A prioridade era a sua missão e o desejo
de preparar os discípulos para o maior dos milagres: sua Ressurreição dos
mortos, no terceiro dia. Confessa S. Pedro Crisólogo: “A fuga do profeta Jonas é
figura do próprio Senhor. O terrível naufrágio simboliza sua morte e
ressurreição. Aos judeus que pediam um sinal, Ele decidiu dar um único sinal,
para que eles soubessem que a glória messiânica é transferida às nações, a
todos os povos. Portanto, com toda justiça, conclui Jesus, os ninivitas hão de se
levantar no dia do Julgamento e condená-los, pois eles fizeram penitência por
força da pregação de um único profeta. E esse profeta era um náufrago, um
estrangeiro, um desconhecido”.
Jesus vibra com a
lembrança da conversão dos ninivitas e com o desejo da Rainha do Sul de ouvir a
sabedoria de Salomão. Em suave e vigoroso apelo, Ele diz aos fariseus e
escribas: “A Rainha do Sul se levantará no julgamento, juntamente com esta
geração, e a condenará”. Pois, sendo Ele o próprio sinal de Deus, urge
corresponder à sua palavra, “oferecendo, escreve Orígenes, não dons
corruptíveis como o ouro ou os aromas, mas sim o perfume espiritual da fé, o
suor da virtude e o sangue do martírio”.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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