Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 30 de Outubro


Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 30 de Outubro

Lc 13, 22-30: A porta estreita

 

         “São poucos os que se salvam?” Quem se salvará? São perguntas feitas a Jesus. Sua resposta mostra que o mais importante não é saber quantos entrarão no reino de Deus, mas é decidir-se por Deus. Por isso, responde-lhes: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão”. S. Cirilo de Alexandria observa que o interlocutor “queria saber se seriam poucos os que se salvariam, mas Jesus lhe fala da estrada que conduz à salvação”. O Senhor reporta-se ao essencial: a opção necessária para entrar pela porta estreita. Nesse sentido, os Santos Padres dizem estar Ele indicando a “porta do céu”, que só pode ser transposta por uma fé firme em Deus e uma moralidade isenta de mácula. De fato, esta é “a nossa porta”, presente no sonho de Jacó, embora invisível aos nossos olhos, que se abre para o átrio divino. 

         S. Jerônimo nos diz que passar por ela significa estar vigilante “para o dia do julgamento, o que exige de nós a necessidade de mantermos constantemente a lâmpada acesa pela luz de nossas boas obras”. S. Cirilo de Jerusalém destaca a exigência do jejum para se passar pela porta estreita, “graças ao qual se rechaça com energia a perdição”. A porta ampla é reservada aos que, por seu comportamento pecaminoso, ignoram a Lei. Embora Jesus lhes diga: “Afastai-vos de mim, vós todos, que sois malfeitores!”, Ele não quer declarar uma rejeição definitiva dos pecadores. Seu desejo é que todos se salvem. Suas palavras são um apelo para que “os pecadores mudem a direção do caminho trilhado por eles” e possam igualmente passar pela porta estreita. Para S. Agostinho “o alimento que se come e se bebe, ao longo do caminho da vida, é Cristo, o Cordeiro imaculado. Oxalá, todos dele se alimentem de modo a não merecerem o castigo!” 

O texto termina com a afirmação de que “os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”, anunciando a eleição dos povos pagãos. A expressão “há primeiros” é partitiva, o que sugere a existência de outros primeiros, também israelitas, os quais, por sua adesão a Cristo, continuarão a ser os primeiros. Igualmente, os últimos, os pagãos, nem todos serão, automaticamente, admitidos na Aliança de Abraão.

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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