Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 02 de Outubro
Reflexão do Evangelho de Quarta-feira
– 02 de Outubro
Mt 18, 1-5.10: O escândalo
a ser evitado
Duas
forças operam em nossa vida: o poder da tentação e o poder da fé. Se o primeiro
quer arrastar o homem ao pecado, o segundo permite-lhe superar os obstáculos e
vencer as atrações do mal. Dentre os males, o maior é a ruptura com Deus e com
os irmãos, e o maior bem é a vida em Deus e a comunhão fraterna. Por isso, quão
grande foi o escândalo suscitado pelo bezerro de ouro, o cisma de Israel ou os
ídolos de Samaria! E não menos forte foi o constante apelo dos profetas e,
sobretudo de Jesus, para que ninguém fosse causa de escândalo.
A palavra escândalo sugere
a ideia de armadilha ou pedra de tropeço, que leva alguém a se afastar da
fidelidade a Deus e a romper a comunhão fraterna. Ao insistir sobre a gravidade
de sua prática, Jesus quer que os discípulos o superem e evitem aqueles que o
causam. Impressiona-nos ao ouvi-lo dizer, com voz áspera e severa: “Seria
melhor para quem é causa de escândalo atar no pescoço uma grande pedra de moinho
e lançar-se ao mar”. A respeito disso, S. Agostinho comenta: “Jesus não se
envergonhou de repetir três vezes as mesmas palavras. Quem não tremeria diante
desta repetição e desta ameaça, saída com tal rigor da boca divina?”
Urge
evitar o escândalo. Ao discípulo, torna-se premente eliminar os obstáculos
existentes em seu interior e ser espiritualmente íntegro. Aos olhos de Deus, o
valor de cada pessoa é inestimável, sobretudo, o valor dos pequeninos, pois
todos são filhos amados de Deus. Por pequeninos, Jesus designa as crianças, mas
também os pobres, os injustiçados e desprezados. Perante Deus, eles são
importantes e seu desejo é que nenhum deles se perca. Torna-se, assim,
essencial o fortalecimento do poder da fé, que revigora a pujança do amor no coração
do discípulo e não permite que o próximo lhe seja indiferente. Ele é, então, conduzido
ao alto do mundo, em constante estado de vigília, na atitude permanente dos que
aspiram verdadeiramente a união com Deus no respeito a todos. A aspereza e a
sombra do mal não encontram guarida em seu coração, mas ele compreende que Deus
é luz e, nesta luz, como “filho da luz” aprecia e vive a fraternidade.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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