Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 17 de Janeiro
Reflexão do Evangelho
de Sexta-feira – 17 de Janeiro
Mc 2,1-12 - Cura do paralítico e perdão dos pecados
Mais
uma vez, Jesus chega à sua cidade, onde lhe “trouxeram um paralítico, deitado
num catre”. Os que o rodeiam esperam que ele seja curado. Comenta S. Hilário de
Poitiers: “É necessário examinar atentamente as palavras da cura. Ao paralítico
não é dito imediatamente: sê curado ou levanta-te e caminha, mas: ‘tem ânimo,
meu filho; os teus pecados te são perdoados’”. A cena faz-nos sentir o palpitar
do coração amoroso do Senhor. Os gestos e as palavras refletem seu carinho por
aquele homem e nos permitem reconhecer o consolo e refrigério de todas as
pessoas que, na dor e na angústia, abrem-se à liberdade de um amor profundo e
gracioso. Jesus revela não uma norma, mas sim a força interior de uma vida
voltada à gratuidade da presença do amor. Nada lhe é oculto. Lendo a fé do paralítico,
Ele concede-lhe a remissão dos pecados e, a seguir, manifestando seu poder,
cura-o. O que faz S. Jerônimo exclamar: “Com a mesma majestade e poder com que
conhece os nossos pensamentos, Ele perdoa os nossos pecados”.
O paralítico expressa
o modo de ser do Senhor. Jesus se doa ao Pai, gratuita e cordialmente, apenas
atraído pela afeição, sem nada exigir, movido unicamente pelo amor. O ato de fé
proclama que Deus nos ama, não porque somos bons ou porque lhe retribuímos o
bem que Ele nos faz, mas simplesmente porque Ele é bom. A pureza da fé revela,
na esperança, a grandeza do amor. Daí o fato de ser constante, na vida pública
de Jesus, a íntima relação entre fé e milagre, entre fé e remissão dos pecados.
Aliás, estas relações, que destacam o poder misericordioso de Deus, sobressaem
na catequese dos primeiros séculos da vida da Igreja. Pois ao serem tocados por
Jesus em seu coração, sem nada exigir, sem de nada apoderar-se, os primeiros cristãos
o situam na própria dignidade de Deus.
Jesus é presença silenciosa, serena, sóbria e vigorosa da vida, na
disposição de servir a todos. Ao perdoar os pecados, os que o seguem ouvem, no
seu interior, o mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. No
amor, Ele está sempre pronto a perdoar. A cura da alma corresponde à cura do
corpo. Por isso, ao ordenar: “Levanta-te, toma teu catre e vai para casa”,
Jesus exorta o paralítico, também cada um de nós, a seguir a estrada que conduz
ao paraíso. Com o coração ardente, colocamo-nos a caminho da união com Deus,
trilhando a via do amor, do bem, da justiça e da paz.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário