Reflexão do Evangelho de Domingo - 05 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Domingo - 05 de Janeiro
Mt 2, 1-12 – Epifania do Senhor

         Reconhecemos nos pastores e nos reis magos as primícias da nossa vocação e da nossa fé e, com grande alegria, celebramos os exórdios do Evangelho do amor e da esperança. Ao redor do presépio, reúnem-se os simples e os sábios, os pobres e os ricos com sua generosidade, o pequeno povo de Israel e os primeiros pagãos, numa perspectiva “católica”: Veneramos o feliz dia da Epifania, epipháneia, manifestação de Jesus ao mundo.
 Passando por Jerusalém, os “magos” interrogam Herodes sobre o local do nascimento do “rei dos judeus”. A notícia provoca comoção geral. Em Herodes, ela assume a forma de ansiedade, pois ele já havia matado dois de seus filhos e estava prestes a matar o primogênito, Antípater, temendo que eles quisessem arrebatar-lhe o poder. Atraídos pelo esplendor da “estrela do recém-nascido”, os magos o procuram e trazem à mente dos ouvintes judeus a promessa feita a Abraão de que seus descendentes seriam como as estrelas do céu, sendo que um deles seria o futuro Messias (Nm 24,17). O local de seu nascimento, indicado pelos príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, resposta oficial, era Belém, pátria do rei Davi.
 Partindo de Jerusalém, “eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia à frente deles até que parou sobre o lugar onde se encontrava o menino”. Pasmo, exclama S. Máximo: “No Oriente brilha uma estrela visível em pleno dia e conduz os magos ao lugar onde está deitado o Verbo feito homem, para demonstrar misticamente que o Verbo, contido na lei e nos profetas, supera o conhecimento sensível e conduz as nações à plena luz do conhecimento”. A aparição da estrela, “luz que brilhou mais que todas as outras”, evoca a ideia que ao Menino servem todas as criaturas.
Guiados pela luz, que não tem ocaso, os magos, representantes da humanidade inteira, encontram o Menino com Maria, sua mãe, e prostrados diante dele, conforme costume oriental, o adoram e lhe oferecem presentes. Nas palavras de S. Leão Magno, “do tesouro de seu espírito tira o ouro, aquele que reconhece o Cristo como rei de toda criatura; oferece a mirra, aquele que crê que o Filho único de Deus assumiu nossa natureza humana; e exprime sua reverência oferecendo o incenso, aquele que o confessa igual ao Pai, em tudo, absolutamente”. A simplicidade da manjedoura oculta o Filho de Deus, que se manifesta aos nossos corações e nos cumula de dons. Sendo eternamente Deus, Jesus assumiu nossa humanidade para nos conceder a sublimidade do amor e a infinita beleza da verdade. S. Agostinho exclama: “Ele veio a nós no tempo, para nos conduzir à eternidade do Pai”.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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