Reflexão do Evangelho de Sábado – 11 de Janeiro

Reflexão do Evangelho de Sábado – 11 de Janeiro
Jo 3, 22-30: Último testemunho de João Batista
        
         As atividades de Jesus desenrolavam-se na região da Judeia, lugar de mananciais, talvez não distante do rio Jordão. Após seus ensinamentos, ministrados a Nicodemos a respeito do batismo, Jesus percorre a região, seguido pelos discípulos, batizando. Na mesma ocasião, João, que “não tinha ainda sido encarcerado”, batiza com água. Seus discípulos discutem com um judeu a respeito dos “ritos de purificação”, correspondentes ao batismo em termos judaicos. Todos tinham diante de si, as palavras dos profetas que falavam da purificação pelo “espírito” e mesmo pelo fogo. A discussão se torna acalorada, a ponto de os discípulos de João, perguntarem-lhe: quem é que batizava legitimamente, Jesus ou ele? Em quem acreditar? O embate é providencial, pois propicia o testemunho final e decisivo do Precursor sobre Jesus. João não protesta, simplesmente pronuncia o “nunc dimittis”: “deixa agora seu servo ir em paz”, palavras do velho Simeão, pronunciadas no Templo, ao receber em seus braços o Menino Jesus. E, mais uma vez, deixa claro não ser ele o Messias e declara de modo incisivo: “É necessário que ele cresça e eu diminua”.  Sua resposta traz-lhe sérias consequências, levando-o a anunciar que a sua missão está chegando ao final.
         O centro da discussão inicial desloca-se. A questão principal deixa de ser o batismo e passa a ser a vinda daquele que vem do alto. Claramente, ele confessa que a sua missão foi preparar os caminhos para Jesus que, vindo do alto, comunicava desde agora o Espírito divino, “dom sem medida”, enviado para nossa salvação. Admirado, S. Cirilo de Alexandria escreve: “João Batista se regozija por ter ultrapassado a condição de servidor, para poder ser chamado ‘amigo’”. Sua missão se cumprira. Agora, após tão longa preparação, com grande clareza e com não menor humildade, ele concita todos a irem ao encontro do Esposo e, com fervor, acolhê-lo. Em Jesus, Deus se doa, ama-nos e, entrando em nossa história, quer que o amemos, reciprocamente, sem reserva.  
          “Senhor, enviai-nos o vosso Espírito Santo para participarmos da verdadeira vida em vós e convosco. Ajudai-nos a fixar nossos olhos em vosso Reino e a rezar com alegre esperança na certeza de estarmos, um dia, completamente unidos a vós na festa do matrimônio celeste, vós que sois nossa alegria e vida”. 


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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