Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 14 de Janeiro
Reflexão do Evangelho
de Terça-feira – 14 de Janeiro
Mc 1, 21-28 - Jesus
em Cafarnaum
Em sua peregrinação, Jesus
e os Apóstolos entram na cidade de Cafarnaum. “Caphar” significa campo, “naum”
consolação ou formoso. Neste campo de consolação, suas palavras causam impacto,
deixando muitos “extasiados com a sua pregação, porque lhes ensinava com
autoridade e não como os escribas” (v.22). No dizer de S. Jerônimo, “ele
ensinava como Senhor, não se apoiando em outra autoridade superior, mas a
partir de si mesmo”. Suas palavras soavam no íntimo de seus corações,
convocando-os a uma transformação interior. Ele falava como mestre qualificado
para decidir questões importantes da vida e para exortar, com autoridade
própria, seus ouvintes. Com firmeza e, profundo conhecimento dos corações, ele
dizia: “Não julgueis para não serdes julgados”.
Mas
o que impactava era o modo livre de falar, sua liberdade em interpretar a Lei e
os profetas. Falava com autoridade (ecsousia). Não se baseava nas opiniões dos
rabinos, nem mesmo nas orientações de Moisés ou de algum dos profetas. Reconheciam-no
como um legislador divino, falando a partir dele mesmo. Admirados, eles se sentem
chamados a buscar um sentido novo de vida, não se prendendo à ambição do querer,
nem ao desejo de glórias. Muitos dos que o ouviam, guiados pelo amor inefável
de Deus, descobrem-se úteis aos irmãos, aos quais devem servir na generosidade
de um coração despretensioso.
A pessoa de Jesus, grandeza
de Deus, é reconhecida na história individual de cada um deles. Sua palavra,
por ser verdadeiramente palavra, anuncia uma intervenção pessoal; Ele não é
intérprete, é Senhor, que leva ao encontro com Deus, a professar a fé em sua
encarnação (sárkwsis) e na deificação (théwsis) ou santificação do homem. Experiência
religiosa e mística, presença do homem diante do rosto amoroso de Deus. A surpresa era grande, porque o contato com
Jesus, falando e agindo, não apenas anunciava o Reino de Deus como estando
próximo, mas proclamava a sua vinda imediata em sua própria pessoa.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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