Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 28 de Janeiro
Reflexão do Evangelho
de Terça-feira – 28 de Janeiro
Mc 3, 31-35 - Os
verdadeiros parentes de Jesus
O
amor e o respeito de Jesus para com sua mãe e parentes são inquestionáveis.
Maria e seus irmãos desejam vê-lo, mas a multidão que o rodeava era grande e
eles não conseguem chegar até ele. Os discípulos notam a presença deles e
avisam Jesus. Sem desprezar seus parentes, ele aproveita a ocasião para
conduzir seus ouvintes ao essencial da sua missão: seu relacionamento com o Pai
celestial. Por isso, elevando a voz, ele dirige-se a todos e fala-lhes da
filiação divina. É a filiação espiritual, pertença à família de Deus, da qual
se participa pela fé. Maria não a desconhece. Já no milagre das bodas de Caná,
contempla-se sua atitude confiante, pois se situando na ordem da fé, ela diz
aos serventes: “Façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre
essa passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da
mãe, e a nobreza da mãe na divindade do nascido”.
Jesus tem uma intenção precisa. Ele reconhece como parentes os que são
obedientes à Palavra, portanto, autênticos filhos do Pai que está nos céus. Por
isso, diz ele: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” Escreve Teodoro de
Mopsuéstia: “Ele os interroga não para afastar a mãe e os irmãos, mas para
reafirmar que prefere a afinidade espiritual a todo parentesco corpóreo”. As
palavras do Mestre, dirigidas a todos os discípulos, visam convocá-los a fazer
parte da Aliança, tornando-os membros de uma nova família, a família dos
“santos”, aqui na terra e no céu.
Se a grandeza de
Maria repousa sobre o fato de ela ser a Mãe do Filho de Deus, muito mais sobre
o fato de ela ser mulher de fé. Ela é toda acolhida da Palavra de Deus, que,
por obra do Espírito Santo, nela se encarnou. Eis a sua glória! Nesse sentido,
observa S. Agostinho: “Santa Maria fez a vontade do Pai e a fez inteiramente;
por isso vale mais para Maria ter sido discípula de Jesus do que sua Mãe. Feliz
era Maria, porque antes de gerá-lo, já o trazia em seu coração”. Eis a função
de Maria no interior da missão de seu Filho Jesus: Ser modelo de fé para todos
os que seguem seu divino Filho! Também nós, na medida em que acolhemos a
Palavra de Deus e ela se efetiva em nós, tornamo-nos membros da família
espiritual, da qual Maria é a mãe.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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