Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 15 de Janeiro
Reflexão do Evangelho
de Quarta-feira – 15 de Janeiro
Mc 1, 29-39 - A cura da
sogra de Pedro
Estando a sogra do Apóstolo São Pedro doente, Jesus entra
em sua casa e dela se aproxima. Tomando-a pela mão, ele a levanta da cama. O
toque de Jesus faz a febre desaparecer. São Jerônimo roga por todos nós: “Que o
Senhor toque também nossa mão, para que sejam purificadas nossas obras, que Ele
entre em nossa casa, para que nos levantemos para servir”. De fato, o Evangelho
destaca que ao entardecer, a sogra de Pedro, já curada, servia-os.
Com essa
passagem de sua vida, Jesus nos convida a estender nossa mão àquele que está
caído para levantá-lo e transmitir-lhe novo ânimo no encontro com a Palavra do
Senhor. Façamos o mesmo com os que estão angustiados ou acorrentados às realidades
materiais. A todos comuniquemos a Boa-Nova do Evangelho, para que todos possam
receber, pelo sacramento da confissão e, especialmente, pela Eucaristia, “o
fogo do amor divino na sua alma e no seu corpo”, como descreve Santo Ambrósio.
Mesmo caído, quem se deixa tocar pelo amor de Jesus vai se erguer e estará
pronto a servir o pão da misericórdia e da bondade aos seus semelhantes.
Com a
cura da sogra de Simão Pedro, o milagre de Jesus correu de boca em boca. Os
vizinhos e habitantes da cidade “levaram-lhe todos os enfermos e possessos do
demônio”, como relata São Marcos (1,32). Impondo as mãos sobre cada um, Jesus
os curou e os libertou dos espíritos imundos. O amor de Jesus é inesgotável e
vem desse amor sua divina capacidade de atender às súplicas de todos. O que nos
faz pensar nas palavras de São Máximo: “Quanto mais eficaz aquele que cura,
tanto mais importuno se torna o sofredor”.
Ao raiar
do dia, como era seu costume, Jesus saiu e foi para um lugar solitário,
pondo-se em oração. Em várias passagens do Novo Testamento, encontramos Jesus
em oração durante horas e, até mesmo, ao longo de noites em claro. Nasce em nós
a inquieta interrogação: podemos abandonar a oração? O exemplo de Jesus
desperta em nós um forte apelo à conversão, que nos leva à convicção de que só
teremos uma relação pessoal com o Deus vivo se formos pessoas de oração.
Não
devemos nos assustar com isso. Ao contrário, deixemos que nos alimente a
certeza de que o Senhor existe e nos ama. Não estamos sós, perdidos ou
abandonados diante do nada ou da incerteza. Graças à oração, reconhecemos que
existe o Outro, nosso Deus, ao qual nos achegamos e, unidos a Jesus, com Ele
mantemos profunda intimidade.
Santo
Agostinho lembra-nos que a oração não tende a atrair Deus para nós, pois “Ele é
mais íntimo a nós que nós a nós mesmos”. A oração permite apenas nos
aproximarmos dele e, pelo diálogo, tomarmos consciência da sua proximidade.
Deixemos ressoar em nós as palavras de São Macário: “Senhor tudo está em Ti, eu
mesmo estou em Ti, acolhe-me!”.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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