Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 24 de Janeiro
Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 24 de Janeiro
Mc 3, 13-19 - Escolha dos Apóstolos
Logo no início de sua vida pública, Jesus escolhe
doze apóstolos entre os seus discípulos. Eles serão a base da Igreja por ele
instituída. São Marcos descreve nestes versículos a escolha desses homens antes
de o Senhor proferir o Sermão da Montanha, carta magna da vida cristã. Naquela
importante ocasião, Jesus, como nos momentos mais significativos da sua vida,
retira-se para orar. Escreve Santo Ambrósio: “Ele não pede ao Pai por ele, mas ele
julga oportuno suplicar ao Pai por nós como nosso advogado”.
Dentre
os discípulos, ele escolhe Doze, aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando
neles toda a sua confiança. “Apóstolo”, palavra grega, cujo significado é
“enviado”, tem o sentido de missionário e também de delegado ou representante.
“Quem vos escuta, a mim escuta”, diz o Mestre. E é como representante do Pai,
enviado de Deus e primeiro “Apóstolo”, que Jesus se apresenta aos homens. Os
Doze serão designados à sua imagem: “Ó Pai, como me enviaste ao mundo, eu
também os enviei ao mundo”. Sobre a missão dada a eles por Jesus, escreve Santo
Ambrósio: “Eles são semeadores da fé para tornar presente no mundo o auxílio da
salvação dos homens. Presta também atenção ao desígnio divino: ele não escolheu
para o apostolado pessoas sábias, ricas, nobres, mas pescadores e publicanos,
pois não devia parecer que eles atrairiam as multidões, por causa de sua
sabedoria, nem que as comprassem com suas riquezas. Muito menos as atraíssem à
graça divina por força de seu prestígio e de sua nobreza. Prevalecia o
argumento intrínseco da verdade, não a atração do discurso”.
Jesus
os chama para que “estejam com ele e para enviá-los em missão”. Eles devem
estar com ele, para conhecê-lo como o Filho amado do Pai celestial e serem
testemunhas de sua vida e ensinamentos. Ao mesmo tempo, como São João Damasceno
ensina, Jesus os escolhe para que, “através deles, nós que somos homens
miseráveis e terrenos, possamos chegar aos bens celestes”. Eles são enviados
para levar a sua mensagem, em primeiro lugar às ovelhas perdidas de Israel, e
depois “até os confins da terra”.
Eles passam, a Igreja
continua. E do mesmo modo, a missão deles se estende no tempo, mediante seus
sucessores. Mais tarde, os Atos dos Apóstolos falam de Paulo e Barnabé, vindos
posteriormente, e que recebem o mesmo título de apóstolos. Forma-se o colégio
apostólico, depois perpetuado no colégio episcopal, do qual os bispos estarão
investidos como sucessores dos Apóstolos. Não se pode esquecer o caráter de
delegado, testemunha da Tradição, exercido pelo bispo como “sinal de unidade na
caridade”, na definição de Santo Inácio de Antioquia.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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