Reflexão do Evangelho de Domingo 06 de setembro
Reflexão do Evangelho de Domingo
06 de setembro
Mt 7, 31-37 - Cura do
surdo-mudo
A filantropia ou, em latim, a humanitas, que significa amor compassivo
e misericordioso, sintetiza, nas palavras do Apóstolo S. Paulo, a missão de
Jesus. Diz ele: “Quando a bondade e o amor de Deus, nosso Salvador, se
manifestaram, ele salvou-nos, não por causa dos atos justos que houvéssemos
praticado, mas porque, por sua misericórdia, formos lavados pelo poder
regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3,4s). Deus que “nem o céu nem a
terra podem conter”, manifesta-se próximo de nós, enriquecendo e iluminando
nossa humanidade. Também em nossas culpas e trevas, resplandece sempre um raio
da luz do Senhor, o Messias salvador, que se tornou um de nós, pondo-se a nosso
serviço, a fim de que sejamos seu povo e, por conseguinte, Ele seja o nosso
Deus.
Segundo sua misericórdia,
Jesus veio ao encontro do homem decaído e ferido não para destruir, mas para
salvar, e transmitir-lhe o segredo da verdadeira e interminável vida. E um dos
sinais de que Deus estabeleceu seu santuário no meio de nós são os milagres. Assim,
a pedido de uma mãe aflita e angustiada, mesmo sem contato direto, Jesus cura a
filha enferma. Sua bondade derramava luz sobre tudo o que o circundava, impregnando
até mesmo suas vestes, como no caso da cura da mulher hemorroíssa. Desde então,
sua presença iluminou o caminho trilhado pela humanidade, dando início a um
novo tempo, a uma nova esperança, e ensinando o homem a viver em comunhão de
amor e na liberdade dos filhos de Deus.
Agora, em território pagão,
na Decápole, apresentam-lhe um surdo-mudo para ser curado. O fato de Ele estar
em terras estrangeiras prenuncia a bondade do seu coração, pondo pontes sobre
as diferenças de mentalidade e as dessemelhanças de povos e nações, que, no
dizer de S. Gregório Magno, “iriam escutar e falar da vinda do próprio Deus em
pessoa”. Eis que abrasado de amor por todos, Ele toca os ouvidos e a língua daquele
homem estrangeiro e diz-lhe: “Éffatha”,
“abre-te! ”. Estas palavras, prolongando-se pela voz dos que lá estavam, indicam
a cura da surdez física, mas também a abertura do coração à fé, na escuta e no discernimento
de quem crê no que não se vê. Iluminado, o surdo-mudo chega à intimidade
crescente de uma vida em Deus, e, de modo surpreendente, começa a falar
“corretamente”, articulando bem as palavras. A obscuridade é suplantada pela luz
da Palavra de Deus e, ainda um tanto ofuscado pela luz do sol, ele proclama ser Jesus a presença salvadora daquele
que confere ao povo sua verdadeira identidade.
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