Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 28 de setembro
Reflexão do Evangelho
de Segunda-feira 28 de setembro
Mc 9, 38-43.45-50 - O
uso do nome de Jesus e o escândalo a ser evitado
Os
primeiros cristãos, de origem judaica, têm perante seus olhos o nome divino, dado
pelo próprio Deus a Moisés: “Eu sou aquele que sou”. Nome irredutível a
qualquer outro nome. Realidade inefável. A mesma ideia, eles tinham a respeito
do nome de Jesus, que, em seu poder, imprime no cristão a sua imagem
misteriosa, mas real, santificando-o. Opera-se nele uma verdadeira
transformação. Destaca o Apóstolo S. Paulo: “Nós refletimos como num espelho a
glória do Senhor, somos transfigurados nessa mesma imagem, cada vez mais
resplandecente, pela ação do Senhor, que é Espírito” (2Cor 3,17).
Se
a transfiguração do homem se realiza, graças à presença do Senhor, não só entre
nós, mas em nós, seria possível alguém assenhorar-se do ministério ou da ação
salvadora de Jesus? O Apóstolo S. João relata a Jesus: “Mestre, vimos alguém
que não nos segue, expulsando demônios em teu nome, e o impedimos porque não
nos seguia”. Após ouvi-lo atentamente, no intuito de instruí-lo e de alargar
seus horizontes, Jesus fala de modo que ele compreenda que a história da
Salvação ultrapassa os limites da história bíblica e que a sua ação divina vai
além de sua realidade humana. Por isso, a sua Palavra não pode ser jamais
interpretada de modo fundamentalista, mas como abertura para o novo que irrompe
constantemente na história.
Nesse sentido, à
diferença dos escribas e fariseus, intransigentes, Jesus recomenda aos Apóstolos
uma atitude de tolerância e de bondade. No século II, Clemente de Roma fala da
história da Salvação que, regida pelas leis da doçura, da paz e da humildade,
compreende judeus e cristãos, mas também pagãos. Nesse sentido, escreve S. Agostinho:
“Como existe na Católica o que não é católico, assim também pode haver algo
católico, fora da Católica”.
A
seguir, ao insistir sobre a gravidade do escândalo, Jesus exorta os discípulos
para que se esforcem em não ocasioná-lo. Impressiona-nos ouvi-lo dizer, com voz
áspera e severa: “Seria melhor para quem é causa de escândalo atar no pescoço
uma grande pedra de moinho e lançar-se ao mar”. Ouvindo-a, exclama S.
Agostinho: “Jesus não se envergonhou de repetir três vezes as mesmas palavras.
Quem não tremeria diante desta repetição e desta ameaça, saída com tal rigor da
boca divina? ”.
Urge evitar o
escândalo. Porque não é possível ser cristão sem nutrir um grande afeto para
com todas as criaturas e reconhecer que, aos olhos de Deus, o valor de cada
pessoa é inestimável. Todos são filhos amados de Deus. Daí a importância de nos
respeitarmos e nos amarmos uns aos outros, sobretudo, os que Jesus designa como
pequeninos, isto é, não apenas as crianças, mas também os pobres, os
injustiçados e desprezados.
Estabeleçamos
uma “aliança de sal”, ou seja, uma aliança perpétua, selada pela amizade com
Deus e com nossos semelhantes.
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