Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 11 de setembro

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 11 de setembro
Lc 6, 39-42 - As condições do zelo

        Os homens da Lei, escribas e fariseus, ficam surpresos com a atitude misericordiosa de Jesus. Até mesmo os discípulos ficam perturbados ao ouvi-lo sentenciar que quem experimenta a misericórdia divina estará pronto a perdoar e a ser benévolo para com todos. Talvez julgassem que Jesus estaria expressando excessiva condescendência com fracos e pecadores. Para fortalecê-los na fé, pergunta-lhes: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão ambos num buraco? ”.
Insensíveis e mergulhados na sombra mais fusca de seu egoísmo, os doutores da Lei se sentem incomodados, e esquecem que essas palavras também eram dirigidas aos discípulos, que tinham recebido a missão de ser “luz do mundo”, anunciadores do Evangelho. Estes são comparados por S. Beda “a um homem bom que transmite o bem do bom tesouro do seu coração, diferentes dos que, inebriados pela ambição do poder ou pelo sentimento de superioridade, permanecem, como os fariseus, cegos em seu coração”.
        No conjunto da mensagem do Mestre, os discípulos irão reconhecer que sua missão é renovar o coração do homem, dar-lhe o novo coração prometido pelos profetas. Jesus lhes fala de um novo início, fundado em sua misericórdia, que é sem limites.
Mais tarde, ao anunciarem o Evangelho, os discípulos não deixarão de exortar à penitência, mas sempre anunciando a esperança de um novo caminho com Cristo. Ao contrário deles, o fariseu percorre um caminho inverso. Guiado pela autossuficiência, ele vê como pequenos os seus próprios grandes erros, enquanto considera grandes os mínimos erros do irmão, condenando-o. Nesse sentido, comenta S. Agostinho: “Alguém pecou por cólera, e tu o repreendes com ódio. Há grande diferença entre cólera e ódio, assim como entre um cisco e uma trave. Pois o ódio é a cólera entranhada: com o tempo, ele adquire tanta força que de cisco poderá se transformar em trave. Se tu só te irritas, tu podes ter a boa vontade de corrigir o culpado; mas se tu o odeias, tu não podes querer sua emenda. Lança para longe de ti teu ódio: e então, este homem que tu amas, tu poderás corrigir”.

 Mergulhados na vaidade e no egoísmo, os fariseus distorcem a verdade. O apelo do Senhor é constante para que eliminem a trave do seu próprio olho, pois só assim estarão permitindo que o amor de Deus habite em seu coração. Então, purificados no cadinho do reconhecimento de sua condição pecadora, suas admoestações nascerão de uma fé benigna e de um espírito livre. 

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