Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 25 de setembro
Reflexão do Evangelho
de Sexta-feira 25 de setembro
Lc 9,18-22 - Confissão
de S. Pedro
A caminho das aldeias
de Cesareia de Filipe, para introduzir os Apóstolos no mistério de sua missão, cujo
objetivo era formar e constituir o novo povo de Deus, Jesus pergunta-lhes: “E
vós, quem dizeis que eu sou?”. A resposta de Pedro é significativa, imediata e
direta, em nome de todos: “Tu és o Cristo de Deus”. As palavras de Pedro indicam
não só a prova pela qual Jesus deverá passar, mas igualmente a fé dos
discípulos, que hão de acolher a sua Paixão. É o seguimento da cruz, caminho de
renúncia, necessário para encontrar-se nele e para decidir-se por Ele.
Momento solene e
revelador. Arrebatados ao âmago da vida de oração e de comunhão com o Pai, os olhos
interiores dos Apóstolos se iluminam e eles reconhecem nas palavras de Jesus
uma aquiescência implícita à sua missão de Servo Sofredor. Com efeito, chamando-o
de “o Cristo de Deus”, o apóstolo reporta-se, evidentemente, ao Messias,
compreendido não como um rei terreno e político, mas como o Salvador esperado e
desejado por todos os homens, pois sua missão se estende para além dos horizontes
de Israel e atinge todas as nações. É a realização da esperança messiânica:
reunião de todas as gentes num só povo, o povo messiânico. Os gentios acolhidos
são mais do que os prosélitos, vindos da diáspora, compreendem também todos os
que se converteriam à sua Palavra, proclamada até as extremidades da terra.
Mas não só. A ação de
Jesus vai além da reconciliação dos homens com Deus: estende-se à comunhão dos
homens entre si, graças à solidariedade com Ele; melhor, graças à inclusão nele
de toda a humanidade regenerada. Bela é a expressão de S. Atanásio: “Deus se
fez homem para que o homem se tornasse Deus”. Se a nossa humanidade é a mesma
que foi assumida pelo Filho de Deus, então, podemos afirmar que a sua humanidade
não é simplesmente semelhante à nossa, mas ela é de fato a que está em nós. Daí
a sublime conclusão: nele, nós todos nos encontramos, de maneira que o retorno dele
ao Pai já é a nossa presença, em plenitude, junto de Deus. Exclama S. Hilário
de Poitiers: “Se o Filho de Deus assumiu um corpo, Ele se fez homem; assim como
a Eternidade assumiu o corpo de nossa natureza, nós devemos saber que a
natureza de nosso corpo, em Cristo, pode receber o poder da Eternidade”.
A missão alcança o seu
escopo: no coração do Pai, o povo messiânico participa da perfeita unidade no
amor.
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