Reflexão do Evangelho de Quarta-feira 23 de setembro
Reflexão do Evangelho
de Quarta-feira 23 de setembro
Lc 9,1-6 - A missão
dos Doze (recomendações para a missão)
Jesus
escolheu dentre seus discípulos doze Apóstolos e os envia “a proclamar o Reino de
Deus e a curar”. Os Apóstolos exercerão seu ministério em nome de Cristo, por
quem são enviados ao mundo para anunciar o Evangelho, enfrentar obstáculos e
abrir novos caminhos que conduzam ao Pai. S. Hilário comenta que “em Adão, eles
tinham sido criados à imagem e semelhança de Deus; agora eles recebem a imagem
e semelhança de Cristo”. O Apóstolo S. Paulo escreve à comunidade de Corinto:
“Em nome de Cristo exercemos a função de embaixadores e por nosso intermédio é
Deus mesmo que vos exorta” (2Cor 5,20). A força de Paulo reside na Palavra de
Jesus que leva à comunhão de vida com Deus, ao cultivo das virtudes e à
vivência da solidariedade e da misericórdia.
Jesus
quer os Apóstolos livres e disponíveis, com inteira confiança na Providência
divina, pois deverão refazer o mesmo percurso realizado por Ele, “nada levando para
o caminho: nem pão, nem alforje, nem dinheiro no cinto, apenas um cajado”. Em
outras palavras, eles são exortados, comenta S. Agostinho, “a caminhar na
simplicidade, não na duplicidade”. Porque, observa S. Clemente de Roma, o Pai
celestial “comunica com doçura e suavidade suas graças a quem se apresenta a
Ele com simplicidade de pensamento (aplê dianoia), e evita ser duplo de
espírito (mè dipsychômen)”.
Simples, não duplos
de espírito, os Apóstolos vão de cidade em cidade, e caso encontrem hospitalidade
numa casa, ali deveriam permanecer, receber teto e pão, porque “o operário tem
direito a seu sustento”. O que importa é perseverar na busca do certo e do justo,
num espírito aberto, simples e despojado. Então, quais “pobres de Deus”
(anawim), eles anunciam a boa-nova da salvação e são presença daquele que os
envia e lhes “ordena dar gratuitamente o que gratuitamente tinham recebido”.
Eles
vivem segundo o Espírito, buscando a transformação e transfiguração do mundo,
mediante os paradigmas da paz e do amor. Quem recebe estes dons torna-se participante
do Reino de Deus, mas, caso alguém não queira recebê-los, eles retornam à sua
origem. O mesmo sucede em relação às cidades. Caso seus habitantes não queiram
receber o Evangelho, ao saírem, os Apóstolos devem sacudir “o pó de debaixo dos
pés em testemunho contra eles”. Gesto não de desprezo pelos cidadãos daquela
cidade, mas, simplesmente, sinal de eles não terem acolhido o dom gratuito do Reino
de Deus, a comunhão fraterna.
Mensageiros do
Evangelho, os Apóstolos anunciam a mensagem de conversão e de salvação, e
“ungem com óleo” os enfermos e doentes, prolongando no tempo a obra de Jesus.
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