Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 03 de setembro
Reflexão do Evangelho
de Quinta-feira 03 de setembro
Lc 5,1-11 - Vocação dos
primeiros discípulos
Num dia comum, Jesus encontrava-se
à margem do lago de Genesaré, anunciando a palavra de Deus. Como uma multidão
se comprimia ao seu redor, Jesus subiu num dos barcos, o de Simão Pedro, e de
lá falava aos que se apinhavam ao longo da praia. Quando terminou, pediu a Pedro que se
afastasse e lançasse as redes para a pesca. Pedro, pescador experimentado,
tinha passado a noite toda pescando e não havia conseguido nada. Obediente à
voz do Senhor, apesar de suas dúvidas, ele lança as redes e o resultado é
extraordinário. Pasmo, Pedro se atira aos pés de Jesus e reconhece ser Ele
aquele homem que ele iria seguir pelo resto de sua vida. Tiago e João, filhos
de Zebedeu, sócios de Simão, também deixaram tudo e o seguiram. Adesão
irresistível a Cristo, que lhes confere uma nova orientação de vida, a de serem
“pescadores de homens”. Mais do que ouvintes de seus ensinamentos, eles irão
tomar parte ativa em seu ministério e serão, mais tarde, após sua partida, aqueles
que irão anunciar a salvação a todos os povos e nações.
A brevíssima narração
da chamada dos primeiros discípulos destaca o fato de eles seguirem Jesus, sem
reservas e sem delongas. Pescadores, homens simples, considerados por S.
Cromácio de Aquileia “felizes, pois o Senhor não escolheu entre os doutores da
Lei, nem entre os escribas, ou entre tantos sábios do mundo, mas entre simples
e pobres pescadores, homens analfabetos e inexperientes! Ele os chama para a
missão de pregadores e para o apostolado: tiveram o privilégio de serem os
primeiros”. Sem hesitar, eles deixam tudo e seguem Jesus, que, de modo suave e
amoroso, os conduz, paulatinamente, não a um divino anônimo, mas ao rosto
divino do Filho de Deus transfigurado. De fato, no alto do monte Tabor, eles irão
contemplar a luz eterna de sua divindade e reconhecerão que Ele é o Filho do Homem
triunfante, caminho para o Reino misericordioso do Pai.
Intencionalmente, o
texto salienta que os Apóstolos não o acompanham, mas o seguem. Desta maneira,
de modo bastante subtil, o evangelista indica que eles foram convocados não
para lhe fazer companhia, mas para se integrarem totalmente à sua missão,
imitando-o em tudo, tanto no serviço aos seus semelhantes e na entrega generosa
e humilde a todos, como também na perseguição e na morte. Compreende-se, então,
que a fé cristã é uma pessoa, não uma “coisa”, nem mesmo um ideal. Sua força
advém do encontro com Cristo, que, despertando a fé, comunica a salvação, a vida
eterna, aos discípulos, aos pecadores e publicanos e também aos pagãos impuros.
Pasmos e agradecidos, reconhecemos que, desde o primeiro instante de sua
missão, Jesus manifesta o poder invencível do amor, tornando os que o seguem arautos
do Evangelho da misericórdia e da reconciliação com o Pai.
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