Reflexão do Evangelho de Domingo 13 de setembro
Reflexão do Evangelho
de Domingo 13 de setembro
Mc 8, 27-35 - Confissão
de S. Pedro
A caminho das aldeias
de Cesareia de Filipe, para introduzir os Apóstolos no mistério de sua missão, cujo
objetivo era formar e constituir o novo povo de Deus, Jesus pergunta-lhes: “E
vós, quem dizeis que eu sou? ”. A resposta de Pedro é significativa, imediata e
direta, em nome de todos: “Tu és o Cristo de Deus”. As palavras de Pedro indicam
não só a prova pela qual Jesus deverá passar, mas igualmente a fé dos discípulos,
que hão de acolher a sua Paixão. É o seguimento da cruz, caminho de renúncia,
necessário para encontrar-se nele e para decidir-se por Ele.
Momento solene e
revelador. Arrebatados ao âmago da vida de oração e de comunhão com o Pai, os olhos
interiores dos Apóstolos se iluminam e eles reconhecem nas palavras de Jesus
uma aquiescência implícita à sua missão de Servo Sofredor. Com efeito, chamando-o
de “o Cristo de Deus”, o apóstolo reporta-se, evidentemente, ao Messias,
compreendido não como um rei terreno e político, mas como o Salvador esperado e
desejado por todos os homens, pois sua missão se estende para além dos horizontes
de Israel e atinge todas as nações. É a realização da esperança messiânica:
reunião de todas as gentes num só povo, o povo messiânico. Os gentios acolhidos
são mais do que os prosélitos, vindos da diáspora, compreendem também todos os
que se converteriam à sua Palavra, proclamada até as extremidades da terra.
Mas não só. A ação de
Jesus vai além da reconciliação dos homens com Deus, estende-se à comunhão dos
homens entre si, graças à solidariedade com Ele, melhor, à inclusão nele de
toda a humanidade regenerada. Bela é a expressão de S. Atanásio: “Deus se fez
homem para que o homem se tornasse Deus”. Se a nossa humanidade é a mesma que
foi assumida pelo Filho de Deus, então, podemos afirmar que a sua humanidade não
é simplesmente semelhante à nossa, mas ela é de fato a que está em nós. Daí a
sublime conclusão: nele, nós todos nos encontramos, de maneira que o retorno dele
ao Pai já é nossa presença, em plenitude, junto de Deus. Exclama S. Hilário de
Poitiers: “Se o Filho de Deus assumiu um corpo, Ele se fez homem; assim como a
Eternidade assumiu o corpo de nossa natureza, nós devemos saber que a natureza
de nosso corpo, em Cristo, pode receber o poder da Eternidade”. A missão
alcança o seu escopo: no coração do Pai, o povo messiânico participa da perfeita
unidade no amor.
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