Reflexão do Evangelho de Sábado 19 de setembro
Reflexão do Evangelho
de Sábado 19 de setembro
Lc 8,4-15 - Parábola do
semeador
Aos
olhos de Jesus, estende-se uma larga e fértil planície, cheia de luz e de vida,
terra pródiga, que acolhe a semente lançada por um zeloso semeador. Não longe,
via-se o mar. “Saindo de casa, segundo o evangelista, Ele sentou-se” para
ensinar a multidão que o ouvia atentamente. Mais tarde, muitos reconhecerão
nesta passagem uma alusão ao fato de Jesus ter saído de junto de Deus para vir
ao mundo anunciar a boa semente da misericórdia e do amor.
Através de pequenas
histórias, extraídas da natureza e da vida cotidiana, as parábolas, Ele
transmite a sua doutrina. Assim, acompanhando os passos do semeador, em seu afã
de lançar em terra a semente, Ele observa que elas não encontrarão o mesmo
destino, pois os frutos dependem da qualidade de cada terreno. Andando passo a
passo, o semeador deixa cair “uma parte à beira do caminho”, terreno “pisado
pelos pés de todos”. As sementes não o penetram, mas tornam-se alimento dos
pássaros, que as levam e as devoram. Outra parte, “cai em lugares pedregosos”,
onde há pouca terra, os grãos germinam, mas são incapazes de dar frutos. Por
não possuírem raízes, logo secam. S. Cirilo de Alexandria as compara “a uma fé superficial,
evanescente, que logo sucumbe à tribulação ou à perseguição”. Outras caíram entre
os espinhos, que representam, segundo S. Jerônimo, “os corações dos que se
tornam escravos dos prazeres e dos cuidados deste mundo”. As sementes são
sufocadas e não resistem.
Finalmente, há os grãos
que caíram em terra boa e deram frutos, superando as expectativas, pois o
rendimento é vertiginoso: trinta por um, sessenta ou mesmo cem por um. Se o
campo, tão diversificado, são as várias realidades humanas, os frutos dependem
do modo de ser de cada um. Caso sua vida seja espiritual, nele brilhará a luz
divina e ele produzirá abundantes frutos de justiça, paz, solidariedade e
misericórdia. Mas se houver dureza do coração, impiedade e antiespírito que
rege o egoísmo, ele se tornará surdo e incapaz de entender e viver o Evangelho
da paz e do perdão.
Por isso, de modo forte, solene e conciso, Jesus conclui suas
palavras, lançando um apelo: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. S. João
Crisóstomo comenta: “Não tem culpa, nem o lavrador, nem a semente, mas a terra
que a recebe, e mesmo assim não por causa da natureza, mas por força da
intenção e da disposição”.
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