Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 24 de setembro
Reflexão do Evangelho
de Quinta-feira 24 de setembro
Lc 9, 7-9 - Herodes e
Jesus
Perplexo
e temeroso, Herodes ouvia falar de Jesus e de sua pregação em toda a Galileia. Apreensivo,
perguntava quem era Ele. Alarmou-se quando alguém lhe diz que era João Batista,
a quem tinha mandado decapitar, que tinha ressuscitado e era aclamado pelas
multidões. Outros diziam ser Elias, o qual, segundo se dizia, não tinha
morrido, mas somente tinha sido arrebatado aos céus e cuja volta era esperada.
Ora, soavam ainda aos seus ouvidos as denúncias de João Batista e suas
interpelações proféticas, convocando-o ao arrependimento e à penitência. As
palavras de Jesus, exortando a se colocar no horizonte ético-jurídico da
Aliança de Deus, não lhe eram desconhecidas. Sua consciência de culpa,
novamente ela, passava a incomodá-lo fortemente, como castigo antecipado.
Herodes sente-se
inquieto. Caso fosse João Batista ressuscitado, este “poderia, diz Teodoro de
Heracleia, usar contra ele, de modo ainda mais decisivo, a sua cáustica
liberdade de palavra. Motivo para ele de terror e de frustração, pois João
trazia a público as suas ações desonestas”. Temia-o sem deixar de respeitá-lo,
pois sempre o teve como grande profeta e servo de Deus. Sua atitude o
impressionava: fiel à vontade de Deus e à sua Lei, João jamais teve o intuito
de adulá-lo.
Para Herodes, a
situação é dramática. Antes, João Batista, agora, Jesus, que questiona e exige
fé e amor ilimitado a Deus. Seu apelo, enraizado no direito e na justiça, remete
à Aliança feita por Deus com o seu povo. Talvez, em seu íntimo, Herodes alimente
a intenção de mudança de vida e o desejo de ser mais coerente em suas ações e
decisões. Mas isso supõe conversão, da qual ele parece fugir. Desde muito, um
conflito interior o persegue e o atormenta, e irá se manifestar no momento do
julgamento de Jesus.
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