Reflexão do Evangelho de Terça-feira 22 de setembro
Reflexão do Evangelho
de Terça-feira 22 de setembro
Lc 8,19-21 - Os
verdadeiros parentes de Jesus
A
multidão é grande. A mãe de Jesus e seus parentes estão fora e desejam vê-lo. Os
discípulos notam a presença deles e avisam o Mestre, que, sem desprezá-los,
aproveita a ocasião para salientar o essencial de sua missão: o cumprimento da
vontade do Pai. Jesus dá grande valor à família espiritual, núcleo de uma
família mais extensa e numerosa, que se reúne ao seu redor. Voltando-se então
para seus discípulos, fala-lhes da pertença à família de Deus, da qual se
participa pela fé. Transparece aqui a fé manifestada por Maria, no início da
vida pública de seu Filho, na pequena cidade de Caná, durante uma festa de
casamento. Após ter notado o constrangimento dos organizadores da festa por
causa da falta de vinho, Maria, revelando serena confiança em seu Filho, diz
aos serventes: “façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa
passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da mãe, e
a nobreza da mãe na divindade do nascido”.
Jesus
reconhece como seus verdadeiros parentes os que são obedientes à vontade do Pai
que está nos céus. Por isso, com uma intenção bem precisa, pergunta-lhes: “Quem
é minha mãe e quem são meus irmãos?” Escreve Teodoro de Mopsuéstia: “Ele os
interroga não para afastar a mãe e os irmãos, mas para reafirmar que prefere a
afinidade espiritual a todo parentesco corpóreo”. Suas palavras, dirigidas a
todos os discípulos, têm o objetivo de convocá-los a fazer parte da Aliança, para
assim torná-los membros de uma nova família, a família dos “santos”, aqui na
terra e no céu.
Se a grandeza de Maria
repousa sobre o fato de ela ser a Mãe do Filho de Deus, muito mais sobre o fato
de ela ser mulher de fé. Ela é toda acolhida da Palavra de Deus, que, por obra
do Espírito Santo, nela se encarnou. Eis a sua glória! Nesse sentido, observa S.
Agostinho: “Santa Maria fez a vontade do Pai e a fez inteiramente; por isso
vale mais para Maria ter sido discípula de Jesus do que sua Mãe. Feliz era
Maria, porque antes de gerá-lo, já o trazia em seu coração”. Eis a função de
Maria no interior da missão de seu Filho Jesus: Ser modelo de fé para todos os
que seguem seu divino Filho! Também nós, na medida em que acolhemos a Palavra
de Deus e ela se efetiva em nós, tornamo-nos membros da família espiritual, da
qual Maria é a mãe.
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