Reflexão do Evangelho de quarta-feira 28 de outubro



Reflexão do Evangelho de quarta-feira 28 de outubro
Lc 6,12-19 - Escolha dos Apóstolos

       Logo no início de sua vida pública, Jesus escolhe doze dentre os seus discípulos. Na véspera, Ele, como nos momentos mais significativos da sua vida, retirou-se para uma montanha e passou a noite em oração. De manhã, dentre os discípulos, Ele escolhe doze aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando neles a sua confiança. Já no Antigo Testamento existiam os sheluchim, apóstolos em grego, que tinham a incumbência de deliberar sobre questões controversas e solidificar os laços de unidade entre as famílias de Israel. No Novo Testamento, o título apóstolo adquire o sentido de missionário, também de representante ou testemunha, pois eles terão a missão de atestar que Cristo ressuscitado é o mesmo com quem eles conviveram em sua vida pública. “Quem vos escuta, a mim escuta”, diz o Mestre. Mas o primeiro “Apóstolo” ou a testemunha por excelência, enviado pelo Pai, é o próprio Jesus, que diz: “Ó Pai, como vós me enviastes ao mundo, eu também os enviei ao mundo”.
 S. Ambrósio descreve a missão deles, designando-os de “semeadores da fé para tornar presente no mundo o auxílio da salvação dos homens” E, a seguir, salienta que “por desígnio divino, o Mestre não escolheu para o apostolado pessoas sábias, ricas, nobres, mas pescadores e publicanos, pois não devia parecer que eles atrairiam as multidões, por causa de sua sabedoria, nem que as comprariam com suas riquezas. Muito menos as atraíssem à graça divina por força de seu prestígio e de sua nobreza. Prevalecia o argumento intrínseco da verdade, não a atração do discurso”. Testemunhas da vida e dos ensinamentos de Jesus, eles iniciaram sua missão pelas ovelhas perdidas de Israel, só depois, seriam enviados a anunciar a sua mensagem “até os confins da terra”.
Os Doze sinalizam a convocação das doze tribos de Israel dispersas, para formar uma comunidade espiritual, composta não apenas dos discípulos declarados, mas também de todos os simples e pobres da terra. Ademais, Jesus plenifica a Lei de Israel, superando, por uma relação pessoal, as prescrições rituais, de modo a levar todos a se reconhecerem como irmãos no cumprimento do mandamento do amor. Em resumo, podemos asseverar: o tempo da instituição político-religiosa, estruturada pela Lei, foi superado; iniciou-se um novo tempo, anunciado pelos profetas pós-exílio, o tempo do Reino escatológico, que tem como sinal a Igreja, instituição espiritual, visível na história.

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